30/10/2010
Você já ouviu falar na Lagoa de Araunu?
Tenho repetido até de forma abusiva que o ciclismo abriu para mim novos horizontes.
Dentre tantas descobertas uma das que considero mais interessantes é a possibilidade de conhecer novos lugares, muitas vezes tão próximos, mas que nunca sequer ouvimos falar.
O pedal de hoje teve como ponto de partida o Município de Nísia Floresta/RN, que é uma região muito rica para quem gosta atividades em contato direto com a natureza. Ali estão situadas dezenas de lagoas, cada uma mas bonita do que a outra.
A sede da cidade tem plantado em seu centro um dos enormes baobás do nosso Estado. Se você segue um pouco em direção ao litoral sul vai encontrar logo na saída da cidade o túmulo de Nísia Floresta, uma mulher que rompeu diversos paradigmas em sua época.
Saímos da cidade às 06h20min, deixando para trás a Igreja Matriz e uma praça ampla e aparentemente bem cuidada.
Fomos no sentido da BR 101 e logo na saída da cidade dobramos à esquerda e iniciamos um pequeno trecho de calçamento, que logo termina para oferecer lugar a um trecho de barro branco, cheio de "costelinhas". Quem não tiver montado em uma boa sela e não for equipado com uma boa suspensão, certamente vai reclamar um pouquinho. Passamos por duas pequenas pontes de madeira e ao nosso lado detectamos diversos viveiros de camarões. Serginho não se conteve e exclamou: será que isso tá certo!!! É camarão demais cara!!!
Em pouco tempo alcançamos a RN 002 e seguimos à direita no sentido da BR 101. Logo na entrada do distrito de Golandim saímos do asfalto e pedalamos por um pequeno trecho de calçamento e em seguida começa uma "subidinha" no barro. Aqui já inicia o canavial, tanto de um lado como do outro. Terminou o barro durinho e a areia fica mais fofa. Impossível pedalar. Descemos das bikes e empurramos por aproximadamente 300 metros. Mais adiante um estradão de barro vermelho e tome canavial.
Durante todo o trajeto no meio do canavial não encontramos nenhum ser humano trabalhando na cana e de imediato alguém lembrou que o processo de mecanização já é de aproximadamente 75 %. Fiquei imaginando qual o destino dessa mão de obra: migrando para as cidades maiores buscando emprego na construção civil ou ficando em casa e fazendo uso dos "adjuntórios" governamentais.
Passamos por áreas de reserva florestal no meio dos canaviais e ali constatamos como era bonito o nosso jardim.
Por volta de 08h00min entramos em Arez pelos fundos, saindo por trás do Cemitério. Quem quiser conhecer um pouco mais da história do lugar é só seguir o link: http://www.ubern.org.br/?p=461
Saímos da cidade em busca da Lagoa de Araunu e apesar das belas paisagens que desfrutamos chamou atenção a quantidade de lixo no entorno da cidade de Arez. É incrível quanto plástico preso na vegetação e o mau cheiro que insiste em mostrar a presença do homem e sua má educação.
Paramos em um "cruzeiro" e dali já avistamos a Lagoa de Araunu. Passamos ao lado e seguimos caminho por trilha.
Chegamos então a um trecho muito legal, um single track inusitado até o distrito de Carnaubas. Para nossa decepção encontramos no término um verdadeiro lixão a céu aberto e aqui o fedor é ainda mais intenso.
Voltamos ao asfalto pela RN 002 e após Currais voltamos para o barro branco e logo chegamos em Nísia Floresta. Fomos direto para o banho de bica e depois um caldo de cana com pastel na rodoviária.
O total do trajeto foi de aproximadamente 37 Km vencidos em 03 horas.
Voltamos para casa acho que todos felizes, entretanto, o sentimento de existe um descaso com a mãe terra parece que foi unânime.
21/10/2010
Ladeira de Tabatinga
Hoje aproveitamos a luz da lua e fizemos um pedal de 35 Km até a igrejinha da praia de Tabatinga. Fomos onze (Benilton e Claudia, Naldo e Adriana, Luciano, Augusto Pai, Eduardo, Neto, Milton, Othon e Calismério) e ao contrário das outras vezes todos subiram a desafiadora ladeira.
Para quem inicia o pedal na Rota do Sol a primeira subida a ser vencida fica localizada em Pium, voltando para Natal. Foi apelidada pelos ciclistas de "ladeira do viagra" e embora não seja íngreme, é um pouco extensa e "dura" de vencer. De início alguns a evitam e preferem voltar pela contramão, mas depois que acostumam com "viagra" tudo flui.
A segunda subida impactante é a do "Circo de Pirangi". Aqui a extensão não é tanta, mas já é um bom treino. No primeiro dia muitos descem e empurram a bicicleta. Já vi até alguns desistindo no meio e atravessando a para fazer o caminho de volta. Com paciência e perseverança a subida é logo incorporada e vencida com facilidade.
A terceira e na minha opinião a mais desafiadora é a que fizemos hoje: Tabatinga. Estamos acostumados a subi-la de carro e muitas vezes encontramos automóveis "sofrendo" para chegar ao final. De bicicleta então a tarefa é bem mais complicada, pois além da inclinação acentuada o ciclista tem que ter atenção redobrada em razão da ausência de acostamento. É sempre bom verificar se a subida não vai coincidir com a passagem de algum ônibus ou caminhão, pois com estes o espaço para pedalar ficar ínfimo.
Tenho como regra que a ladeira foi feita para subir, pois se não fosse assim a estrada não continuaria. A minha técnica é simples: concentração. Primeiro eu divido mentalmente a ladeira em três partes e assumo o compromisso de vencer cada uma delas. A primeira é a mais fácil, mas a segunda já nem tanto, principalmente pelo fato da inclinação tornar-se mais acentuada. A terceira para mim começa quando chego ao local que tem um resto de concreto impregnado no asfalto. Nesse ponto já me considero no topo e começo a imaginar que estou vendo golfinhos.
Lá em cima o visual compensa o esforço e se for numa noite de luar como hoje, resta tão somente tomar uns goles de água, respirar fundo e dizer bem alto para si mesmo: "Tudo vale a pena se a alma não é pequena".
Obrigado pela companhia agradável no pedal de hoje. Parabéns aqueles que venceram pela primeira vez a "Ladeira de Tabatinga".
A primeira viagem: Natal/RN a Passa e Fica/RN (Pedra da Boca):
Quando incorporei o ciclismo em meu cotidiano a primeira vontade foi realizar uma viagem.
Ouvi de um amigo um relato sobre o Parque Estadual da Pedra da Boca, localizado na divisa dos Estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba. Pesquisei na Internet e fiquei encantado com as fotos do lugar. A distância era razoável: aproximadamente 120 Km. Disse para mim mesmo que aquele seria o destino.
Um belo dia resolvi viajar sozinho, entretanto, por algum motivo a viagem não vingou.
Pedalando na Rota do Sol fiz algumas amizades e ali encontrei outros ciclomaníacos que toparam fazer a viagem. Marcamos uma data e horário. O ponto de saída ficou definido na minha residência.
Do grupo eu somente conhecia Augusto e Wendell, pois já tínhamos pedalado juntos na RS, Magdael foi o primeiro contato: o cara é fascinado por aviação. Já tinha experiência em viagens longas de bicicleta. Revelou-se uma excelente companhia para viajar. Shirley e Wellington também conheci naquele dia. Chegaram lá em casa sem capacetes e luvas, mas Cláudia logo tratou de equipá-los com os excedentes que sempre temos lá em casa. Wellington levava bagagem para passar um ano e quem olhava para sua bicicleta pensava que era uma entrega de roupa de lavanderia. Foi hilário!
Saímos de Natal era um sábado, dia 02 de junho de 2007, às 22h00min embaixo de chuva. Ali era o momento de desistir, pois logo na primeira viagem sair de casa todo molhado não parecia idéia muito boa. Seguimos em frente no rumo de Cajupiranga e ali adentramos nas obras de duplicação da BR 101. Antes de chegarmos ao posto da Polícia Federal encontramos um veículo atolado, com o motorista e passageiros, inclusive algumas mulheres, totalmente embriagados. Ajudamos e conseguimos desatolar tanto o carro quanto seus ocupantes.
Deixamos a BR 101 e seguimos pela RN 316 com destino a Monte Alegre/RN. Chegamos por volta de 00h30min e paramos para fazer um lanche.
A chuva continuava e agora estávamos mais ensopados do que lenço de viúva honesta, mas a vontade de pedalar era maior do que tudo.
Por volta de 02h00min da madrugada chegamos a Brejinho/RN e a cidade dormia tranqüila. Paramos defronte a um prédio comercial iluminado e sentamos na calçada para uns minutos de descanso. Qual não foi a nossa surpresa ao olharmos para a fachada e constatarmos que ali funcionava uma funerária. Ótimo, pois estávamos literalmente quase mortos.
Chegamos a Santo Antônio do Salto da Onça/RN já era quase 04h00min da manhã. Paramos nas proximidades do Ginásio de Esportes e ali encontramos mais um “bebum” procurando o celular perdido. Aqui abro um parênteses para um registro: Toda pedalada que se preza tem que ter um cachorro gaiato, um bêbado engraçado e um cara com a camisa do Flamengo.
O dia amanhecia quando entramos em Passa e Fica/RN. Paramos no primeiro restaurante dentro da cidade e comemoramos com um delicioso café interiorano: ovo, pão, cuscuz, queijo, tapioca, café, leite e suco.
Dali para o Parque da Pedra da Boca apenas 3 Km nos separavam. No caminho avistávamos a “Boca”a encoberta por uma névoa. Era inverno e estava tudo verdinho. Valeu à pena cada metro pedalado. Chegamos aproximadamente às 06h30min na casa de Seu Tico e fomos muito bem recebidos por toda sua família. Dali pra frente foi “só alegria!!!”. Banho tomado, uma rede armada e tome relaxamento.
Claudia nessa época não pedalava e chegou cedinho na Pedra da Boca juntamente com Amanda e Guilherme para me trazer de volta para casa.
Daquele dia em diante tive a certeza que muitas viagens ainda estavam por vir.
Obrigado aos companheiros de viagem e ao apoio da família.
19/10/2010
Relatos de Viagens...
De João Pessoa/PB a Natal/RN de bicicleta – pelo litoral
Nos dias 04 e 05 de julho de 2009 o Grupo de Ciclismo RAPADURA BIKER, do qual participo com muito orgulho, fez o percurso de João Pessoa, Capital paraibana, a Natal, Capital do Rio Grande do Norte.
O grupo foi composto de dezesseis ciclistas, sendo três mulheres e treze homens, com diferentes idades. Eis a turma: Antonino, Afonso, Artur, Benilton, Evandro, George, Jadson, Janiara, Márcio, Othon, Pollyana, Richard, Raimundo, Sérgio, Virgínia e Uziel.
O grosso da equipe composta de quatorze pessoas saiu de Natal no dia 03 de julho de 2009, às 15h45min, chegando em João Pessoa às 19h15min. Fomos direto para a Pousada Manaira, hospedamo-nos e saímos para jantar. Os dois integrantes restantes do grupo chegaram por volta das 21h00min. Dormimos e a noite foi de intensa chuva, um prenúncio do que nos aguardava no dia seguinte.
1º dia: Acordamos às 05h15min, tomamos café da manhã, fizemos os ajustes finais e saímos por volta das 06h30min com destino a Cabedelo/PB, localizada a 17 km, onde embarcaríamos em uma ferry boat com destino à praia de Costinha/PB. A chuva era intensa, mas não tínhamos opção, pois o nosso propósito era embarcar às 08h00min. Aceleramos o ritmo e conseguimos chegar dentro do horário. No caminho tivemos o primeiro incidente, quando a colega Virgínia não viu um buraco e caiu, machucando o polegar de uma das mãos. Nada muito grave, seguimos.
Chegamos à Costinha e procuramos um local para abastecimento de água, o que fizemos no primeiro mercadinho que encontramos. Até meias vendia no lugar e Jadson, o mecânico oficial do nosso grupo, tratou de adquirir um par, pois as que tinha trazido estavam molhadas. Seguimos nossa viagem por um trecho de asfalto, seguindo no sentido do Santuário da Guia, um local muito bonito, mas que não foi possível visitar, pois a chuva continuava a castigar e tínhamos pressa em seguir o nosso rumo.
Pedalamos uns 10 km no asfalto e iniciamos um trecho de areia fofa, com muita lama, entre os canaviais. O estrago da chuva na estrada de areia e barro foi tremendo, com grandes erosões, o que tornou a pedalada perigosa, pois em alguns trechos os declives eram intensos, sendo necessário descer da bicicleta. Aqui começaram os problemas com os freios, pois o atrito da areia e lama nas pastilhas e sapatas causaram grandes desgastes. Após 10 km passamos ao lado de uma pequena comunidade chamada Paçaré. Os moradores do lugar, em sua maioria trabalhadores dos canaviais, observavam curiosos nosso grupo e respondiam com muita simpatia aos nossos cumprimentos.
Continuamos na estrada de areia e barro e após 1,5 km encontramos uma barragem, passando por cima de sua parede, para logo a seguir deixarmos a estrada e entrarmos numa trilha estreita, passando inclusive por uma ponte improvisada com uma viga de madeira, sobre um canal dentro do canavial. Saímos da trilha e voltamos para a estrada de areia. Fomos orientados por um morador local para seguirmos em frente até encontrarmos fios de alta tensão, onde teríamos que seguir a posteação, margear a mata até encontrarmos uma porteira de uma fazenda. Assim fizemos. Adentramos na porteira e seguimos por uma linda trilha, sempre descendente, de aproximadamente 2,5 km. A mata em alguns pontos era fechada, de forma que era difícil ver o céu. O cheiro da natureza entrou com força em nossas narinas. Encontramos uma pequena casa e ali um morador nos orientou que dobrássemos na primeira curva a esquerda, pois sairíamos na praia do Oiteiro. Nesse ponto mais um incidente: o passador traseiro de uma das bikes quebrou, de forma que Jadson grupo teve que empurrar a bicicleta por uns 6 Km.
Nesse ponto o visual é incrível, estávamos numa trilha em cima das falésias, com o mar todo tempo ao nosso lado e ao fundo uma linda vista da praia de Lucena. Chegamos a Oiteiro e encontramos um grupo de rapazes e moças jogando voleibol. Aqui tivemos uma parada estratégica para tomar água de coco oferecida pela natureza. Pedalamos mais um pouco e chegamos à praia de Campina, onde sabíamos existir um local para refeição. Comemos, abastecemos nossas garrafas e seguimos por aproximadamente 5 km até Barra de Mamanguape, onde faríamos a maior travessia da viagem.
Chegando na Barra de Mamanguape, dessa feita a chuva menos intensa, tivemos uma boa surpresa. Esperávamos encontrar pequenas balsas que levariam três ciclistas e três bicicletas por vez, mas encontramos um barco a motor, suficiente para conduzir de uma só vez todos os ciclistas e suas bikes. Negociamos o preço em R$ 6,00 (seis reais) por cabeça e pedimos que nos deixassem na praia mais próxima à Baia da Traição/PB. Assim foi feito e após uma tranqüila e relaxante viagem de barco de aproximadamente meia hora, visualizando uma paisagem cinematográfica, chegamos à praia de Camurupim/PB, onde desembarcamos. Aqui tivemos duas baixas no grupo, um colega com problema de saúde (Uziel) e outro com problema na bicicleta (Richard), aquele do passador traseiro. Sem muita dificuldade contrataram um carro que foi deixá-los na pousada em Barra de Camaratuba/PB, local que reservamos para dormir. Seguimos então quatorze ciclistas.
De Camurupim saímos por uma estrada de barro até o asfalto de uma rodovia estadual paraibana que vai até o Município de Baia da Traição. O lugar é habitado por descendentes dos índios Potiguaras e é muito fácil identificá-los entre os habitantes. Entramos na cidade e paramos em uma padaria, onde degustamos um pão doce com suco. Aqui tem muitas opções de pousadas, sendo também uma boa opção para pernoitar. Passamos por dentro da cidade, pedalamos por ruas de paralelepípedo, enfrentamos uma extensa subida, passamos nas aldeias indígenas e seguimos por estrada de areia até o local de embarque na próxima balsa.
Chegamos no ponto de embarque às 18h00min e já éramos aguardado, pois minha esposa e as de outros colegas que estavam na pousada haviam avisado da chegada do grupo. Pagamos R$ 3,00 (três reais) por cabeça e fizemos a rápida e tranqüila travessia.
Em Barra de Camaratuba seguimos direto para a pousada Porto das Ondas, onde tivemos mais uma grata surpresa: Fomos recepcionados com foguetões por nossos familiares (Claudia, Guilherme, Celita, Regina, Alda, Júlia e Fernanda), o que foi muito gratificante e confesso foi muito emocionante.
Hospedamo-nos, jantamos, conversamos sobre o dia e constatamos no GPS o total de 84 Km pedalados. Fomos dormir.
2º dia: Café da manhã às 07h00min, limpeza das bicicletas, ajustes finais, tala no dedo polegar de Virgínia, despedidas e hora de seguir o nosso destino. As duas baixas do dia anterior persistiram e mais uma surgiu, desta feita a causa foi um problema no joelho de um colega (George). Seguimos em treze.
Saímos pela beira da praia por volta das 09h00min. A maré estava enchendo, implicando em areia muito fofa. Pedalamos por cerca de 11 km, tendo de um lado o mar e do outro lado enormes cataventos das usinas eólicas. O visual lembra muito filmes de ficção ciêntífica. Muito bonito!
Encontramos uma estrada de piçarro margeando o litoral e preferimos seguir por ela para descansar um pouco da areia da praia que somente “amolecia” mais. Pedalamos um pouco e nos descobrimos em cima de uma enorme duna. Chegamos ao rio Guaju, divisa da Paraíba com o Rio Grande do Norte. A visão é simplesmente maravilhosa. Descemos a duna, fizemos mais uma travessia, mais R$ 2,00 (dois reais) per capita e colocamos os pés de volta ao nosso RN. Aqui tem uma barraquinhas na beira do rio, com guias locais, dentre os quais se destaca “Toreba”, uma figura muito simpática que nos aconselhou a deixarmos de seguir pela beira da praia, pois seria muito exaustivo. Após tomarmos água de côco e mineral continuamos nossa viagem, seguindo por mais 3 Km até Sagi, a primeira praia do litoral sul do Rio Grande do Norte.
Seguindo a dica de “Toreba” entramos em Sagi, subimos uma enorme ladeira (calçamento), descemos e encontramos um estradão de barro. Pedalamos por entre os canaviais por aproximados 20 Km até o asfalto da rodovia estadual que acessa Baia Formosa/RN. Antes de entrar na cidade encontramos à esquerda a porteira da Fazenda Estrela, entramos e seguimos uma trilha de quase 8 Km até a balsa que nos atravessaria para Barra de Cunhaú/RN. Aqui cada um pagou R$ 2,00 (dois reais). Novamente fomos acolhidos por nossos familiares.
Rapidamente chegamos do outro lado e pedalamos por dentro da cidade (cerca de 3 Km) até o local da próxima travessia, não sem antes saborearmos um delicioso pastel. Nesse ponto tivemos mais uma baixa, pois um colega (Raimundo) preferiu seguir de carro. Agora estávamos em doze.
Mais uma travessia rápida e chegamos em Simbaúma/RN, pedalamos por curto trecho de areia, com uma boa e escorregadia subida e logo chegamos ao asfalto. Passamos na entrada de Pipa e após 12 Km chegamos em Tibau do Sul/RN, onde faríamos nossa última travessia de balsa da viagem, desta feita até Malembá/RN. Pagamos R$ 3,00. A beleza do lugar é avassaladora. No rosto de cada um dos ciclistas já era perceptível uma sensação de alívio.
Descemos em Malembá por volta das 16h00min e como a maré estava alta foi impossível pedalar nos 5 Km até a praia de Barreta/RN. Empurramos as bicicletas em areia extremamente fofa. Totalizamos 1h20min de caminhada, logicamente empurrando o nosso meio de transporte.
Às 17h20min estávamos em Barreta/RN, pegamos um pequeno trecho de barro até o asfalto de acesso a nossa conhecida Rota do Sol. Passamos pelas praias de Camurupim (a segunda praia com esse nome em nosso caminho), Tabatinga, Búzios, Pirangi, Cotovelo e finalmente por volta das 19h30min, após pecorrido os tão almejados 184 Km, chegamos na Toca do Açaí, em Ponta Negra, Natal/RN, onde mais uma vez fomos recepcionados por nossos familiares. Após uma merecida tigela de açaí, sessão de fotos e resenhas sobre a viagem, despedimo-nos e seguimos nossos caminhos.
Foi bom demais! Quero fazer novamente, acompanhar novos amigos, proporcionar as emoções, alegrias e sensações incríveis que senti. Tenho orgulho de dizer aos meus filhos que fui um dos poucos que fez essa maravilhosa viagem de bicicleta, ajudando a conduzir a bandeira do Rio Grande do Norte por toda extensão litorânea e provando que o poeta estava certo quando disse: “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.
Natal/RN, 13 de julho de 2009.
Benilton de Lima Souza, do Grupo de Ciclismo Rapadura Biker. E-mail: bdlima4.0@pop.com.br e http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=52577748
CUSTOS:
- Deslocamento de carro de Natal/RN-João Pessoa/PB................................R$ 30,00
- Uma diária na Pousada Manaira em João Pessoa/PB.................................R$ 27,50
- Jantar em João Pessoa/PB...........................................................................R$ 20,00
- Passagem no ferry boat de Cabedelo/PB a Costinha/PB............................R$ 1,70
- Balsa de Barra de Mamanguape/PB............................................................R$ 6,00
- Balsa de Baia da Traição a Camaratuba/PB................................................R$ 3,00
- Uma diária na Pousada Porto das Ondas em Camaratuba/PB.................... R$ 40,00
- Jantar em Camaratuba/PB............................................................................R$ 12,50
- Barco no Rio Guaju na divisa da PB com o RN.........................................R$ 2,00
- Balsa de Baia Formosa/RN a Barra de Cunhau/RN...................................R$ 2,00
- Balsa de Barra de Cunhau/RN a Simbaúma/RN.........................................R$ 2,00
- Balsa de Tibau do Sul/RN a Malembá/RN..................................................R$ 3.00
- Lanches e água no caminho........................................................................ R$ 13,00
TOTAL...........................................................................................................R$ 160,70
Dia 28/01/2011, às 19h00min, na Livraria Siciliano do Midway Mall
PELOS CAMINHOS DE NUESTRA AMÉRICA - Uma pedalada poética pelos confins do continente.
"No dia 30 de outubro de 2002, Rafael Limaverde tinha 26 anos, oito deles dedicado à rotina de ilustrações e infogravuras numa redação de jornal. Um terço da vida imerso em estressante rotina. Passarinho engaiolado, começou a planejar, em 2000, um sonho de liberdade: ganhar o mundo em bicicleta, cumprir aventura solitária dos pássaros migrantes. Naquele outubro, pôs em prática seu plano. Com a velocidade de seus músculos e o tempo de seu coração, conehceu terras e gentes, suas cores e sabores, com o calor se comoveu e se indignou com a frigidez. Ao norte, foi até o México; ao sul, até a Argentina; de lá, voltou a Fortaleza..."
Leia mais...
O livro do cearense Rafael Limaverde é leitura obrigatória para que pensa um dia fazer uma viagem de cicloturismo. O autor conseguiu fazer um relato cronológico de sua viagem de dois anos pela América Latina. As 316 páginas do livro foram percorridas na coroa grande, pois a "estrada" é muito boa de pedalar.
O autor, que tive o prazer de conhecer em Sacramento/MG, é uma figura. O cara é de uma simpatia contagiante e nos poucos dias que convivemos juntos demonstrou que além de ser um corajoso cicloturista é também um poeta insaciável.
Quem adquirir o livro não vai se arrepender. O meu tá aqui devidamente autografado e disponível para empréstimo.
No próximo dia 28 de janeiro de 2011, às 19h00min, na Livraria Siciliano do Midway Mall o Grupo de Ciclismo Rapadura Biker, com apoio da ACIRN promoverá o lançamento do livro, seguido de palestra do autor. Divulguem e não percam!!!
18/10/2010
A Viagem do Elefante:
Caros Rapaduras: Pretendo realizar em janeiro de 2011 um sonho que acalento já há algum tempo. Vou contornar o Rio Grande do Norte de bicicleta. Fiz um estudo preliminar e cheguei a aproximadamente 1.140 Km, que pretendo cobrir entre 15 e 20 dias. É uma proposta ousada, que somente pode encarar que dispõe de tempo. No meu caso estarei em férias e por tal motivo tenho uma boa oportunidade para realizar a empreitada. Será uma viagem de cicloturismo, com direito a carregar alforge na bike e tudo mais. O trajeto preliminar é o seguinte: Natal-Touros; Touros-Jandaira; Jandaira-Macau; Macau-Ponta do Mel; Ponta do Mel-Mossoró; Mossoró-Apodi; Apodi-Pau dos Ferros; Pau dos Ferros-Patu; Patu-Caicó; Caicó-Currais Novos; Currais Novos-Tangará; Tangará-Pedro Velho; Pedro Velho-Natal. Pretendo registrar com fotos e textos as belezas do nosso Estado, bem como sentir na pele as dificuldades de uma viagem desse porte. Quem quiser fazer parte, seja no trajeto total ou apenas em algum trecho, será com certeza muito bem vindo. A viagem será planejada, pois pretendo estabelecer os locais de dormida, entretanto, não será nada previamente reservado, ou seja, em alguns locais dormirei em pousadas e em outros na casa de um amigo ou quem sabe acamparei.
Caros Rapaduras: Pretendo realizar em janeiro de 2011 um sonho que acalento já há algum tempo. Vou contornar o Rio Grande do Norte de bicicleta. Fiz um estudo preliminar e cheguei a aproximadamente 1.140 Km, que pretendo cobrir entre 15 e 20 dias. É uma proposta ousada, que somente pode encarar que dispõe de tempo. No meu caso estarei em férias e por tal motivo tenho uma boa oportunidade para realizar a empreitada. Será uma viagem de cicloturismo, com direito a carregar alforge na bike e tudo mais. O trajeto preliminar é o seguinte: Natal-Touros; Touros-Jandaira; Jandaira-Macau; Macau-Ponta do Mel; Ponta do Mel-Mossoró; Mossoró-Apodi; Apodi-Pau dos Ferros; Pau dos Ferros-Patu; Patu-Caicó; Caicó-Currais Novos; Currais Novos-Tangará; Tangará-Pedro Velho; Pedro Velho-Natal. Pretendo registrar com fotos e textos as belezas do nosso Estado, bem como sentir na pele as dificuldades de uma viagem desse porte. Quem quiser fazer parte, seja no trajeto total ou apenas em algum trecho, será com certeza muito bem vindo. A viagem será planejada, pois pretendo estabelecer os locais de dormida, entretanto, não será nada previamente reservado, ou seja, em alguns locais dormirei em pousadas e em outros na casa de um amigo ou quem sabe acamparei.
9º Encontro Nacional de Cicloturismo
Desde que iniciei minhas pedaladas tinha vontade de viajar para um evento em que pudesse conhecer pessoas que compartilham da mesma "mania", ou seja, viajar de bicicleta.
Aproveitei o inicio das férias e não contei conversa. Viajamos Claudia e eu no dia 08 de outubro de 2010 e participamos até o dia 12 seguinte do 9º Encontro Nacional de Cicloturismo em Sacramento/MG, na divisa com o Estado de São Paulo.
Afora a dupla potiguar somente mais três nordestinos e, logicamente, tinham que ser do Ceará, pois cearense tem em todo lugar.
Tivemos a oportunidade de conhecer pessoas de vários Estados. Pedalamos juntos, trocamos muitas informações e descobrimos que a nossa comunidade é imensa.
Foi uma experiência muito satisfatória e que pretendo repetir. Recomendo a todos.
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