"Praieira, linda entre as flores
Deste jardim potiguar!
Não há mais fundos horrores,
Iguais a este do mar,
Passados a lembrar!
A mais cruel noite escura,
Nortadas e cerração
Não trazem tanta amargura
Como a recordação,
Que aperte o coração!"
Fui buscar na Serenata do Pescador (Praeira) - de Otoniel Menezes - a inspiração para o blog de hoje.
O despertador tocou às 05h00min da manhã e depois de uma semana intensa de trabalho confesso a vocês que foi muito difícil levantar da cama para tomar café longe de casa. Para evitar qualquer dúvida uso uma técnica que é batata, bastante utilizada pelos presidiários de Bangu I: a claridade. Se você tem dificuldade para acordar basta acender as luzes do quarto ou abrir a janela. Comigo funciona muito bem e espero que a receita sirva para alguém.
Já acordado e após constatar que dormia sozinho. Explico: Claudia Celi acordou às 04h00min para deixar nosso Guilherme na escola, pois hoje ele foi conhecer o Lajedo de Soledade, em Apodi-RN (por tal motivo não tirei fotos). Restou-me tão somente tirar as remelas dos olhos e seguir para o local da concentração, pois compromisso é compromisso e afinal de contas eu não tinha nada pra comer em casa (bem explicado: a feira da semana não foi feita).
No caminho sintonizo uma rádio que vai tocando um clássico do cancioneiro: "a dança da galinha". Tive profunda dúvida entre rir ou chorar. Graças ao bom Deus eu não estava de ressaca, pois pense numa música "choca", como diz a minha "adevogada", Doutora Edna.
Ainda no caminho observo diversos ciclistas seguindo o mesmo rumo que eu. Olhei de soslaio e não reconheci ninguém. Pensei: deve ser outra galera que vai para aqueles lados.
Cheguei na praça Augusto Leite quando faltavam dez minutos para o horário de saída. Quando vi a quantidade de pessoas confesso que senti uma emoção muito grande, pois é bom saber que assim como eu muitas pessoas também estão dispostas a acordar cedinho em pleno sábado para cuidar da saúde. Parece besteira, mas é a pura verdade. Já tive oportunidade de marcar trilhas e chegar ao local e não encontrar ninguém. Não contava conversa, ia embora feito um doido, mas não desistia nunca. Que bom que eu não desisti!!!
Vou abrir o primeiro parêntese para tentar ser o mímino justo. O mérito de juntar tanta gente hoje não é meu. Tal ação tem nome e endereço: Carlos Camboim, o multimídia, internacional, arretado, iniludível e acrisolado Presidente do Bike Tirol. O homem é uma verdadeira metralhadora giratória (ponto 50) quando o assunto é divulgação. Basta dizer que uma fonte muito fidedigna me disse mediante segredo de confessionário que ele contratou um carro de som durante toda a semana para divulgar o pedal. É claro que não acredito, mas tenho fortes razões para ao menos duvidar.
Às 06h00min quem encostou ao meu lado foi Márcio Leite, membro do Bike Tirol e da ACIRN, uma pessoa muito simpática e sem nove horas. Assim como eu ele também é pragmático quando o assunto é horário. Não tiro sua razão. Sou da opinião que horário é pra ser cumprido, exceto as justificativas plausíveis.
Seguimos pela Afonso Pena e o trânsito estava muito tranquilo. Alcançamos a orla e cada vez que eu olhava de lado via uma cara nova. Show de bola!!! É esse o nosso objetivo.
No caminho outros ciclistas passaram a integrar o grupo e foi assim que subimos a Ponte Nilton Navarro com aproximadamente 35 pessoas. Pense numa cena bonita!
Chegamos à Redinha e até parece que Haroldo Motta tinha providenciado para que as vias estivessem disponíveis somente para os ciclistas. O movimento de carro foi mínimo.
Ultrapassamos Santa Rita e atingimos Genipabu. Cada vez que passo nas dunas é como se fosse a primeira. É tudo muito lindo. Agradeci a Deus e disse comigo mesmo: moramos no paraíso.
Na balsa de Barra do Rio um dado evidencia o quantitativo de ciclistas: foram três balsas para a travessia.
Ultrapassamos Graçandú e rapidamente chegamos em Dona Biluca. O café da manhã já estava pronto e atendeu aos anseios de todos. O cardápio não fugiu ao regramento da minha nutricionista (tomara que ela continue sem acompanhar o blog): guisado, cuscuz, batata doce, macaxeira (aipim, para os mais frescos), pão francês (ou de sal, alá Mossoró), melância, mamão, o velho ovo, sucos (cajá e tamarindo) e café. Foi um momento de silêncio, parecia até jogo de futebol quando morre um cartola. O povo não falava nada, mas em compensação a zuada de mastigado era grande. Destaques para Angelike, que comeu quinze vezes o seu tamanho; Regina, que segundo Professor Raimundo, não tem pena de comida; Neide, que repetiu dezessete vezes; Naldo, que comeu no balcão do restaurante, ou seja, ficou pastorando a comida passar; Felipe da Centauro, que é magro de ruim e outros cujos nomes ainda não decorei, mas se continuarem conosco serão objeto de comentário.
Vou ter que repetir um nome: a tal da Regina é mais ou menos da altura de um jogador da NBA. A mulher sentou e começou a sua saga gastronômica. Comeu, comeu e comeu. Só de jarra de suco ela tomou trinta e oito. Ovos foram sete e treze rodelas de batata doce. O problema vai ser de quem vai assistir televisão com ela mais tarde, pois quando aquele troço todo começar a fermentar...
Depois de tanta comilança foi a hora fatídica de pagar a conta. A filha de Dona Biluca me chamou no canto e disse que dentre os ciclistas tinham alguns que não tomaram café, apenas suco. Exigiu a Biluca nova que eu especificasse quem tomou o café completo e quem somente deu uma beiçada no suco. Lá vou eu fazer o pregão: quem tomou somente o suco por favor se denuncie. Somente agora é que perçebo como fui ridículo, mas é assim mesmo. No final tudo deu certo, a conta deu mais redonda do que furico de bode.
Hora de voltar. Desfizemos o caminho de ida e para a nossa sorte o vento estava bastante amigável.
Às 10h30min chegamos ao ponto de concentração e todos estavam bem.
Seguem os dados do trajeto:
47,8 Km.
Duração: 4 horas e 29 minutos.
Média: 11 Km/h
Custos: balsa (ida e volta) R$ 2,00; café da manhã R$ 6,00; somente o suco R$ 2,00 e rolo de papel higênico ao chegar em casa R$, 0,78.
Segue a descritiva do trajeto no GPS Garmin Edge Legend H.
P.S.: As brincadeiras constantes do blog não visam de nenhuma forma denegrir a imagem de ninguém. mas tão somente criar um clima de integração.
P.S. 2.: Qualquer coincidências nos nomes citados é mera ficçã ou fruto de mentes impregnadas por sujeiras e pensamentos infames.
P.S. 3.: Durante todo o trajeto Naldo lamentou a ausência de Miltinho, pois é sabedor que esse é o seu pedal favorito.
2 comentários:
Pois não é Benilton, mas, antecipadamente pedi p ele justificar minha ausência, já q logo mais vou me encontrar c a deusa da lua e fazer uma trilhazinha nas terras dos martires de uruaçu. Vlw um abraço amigo!
Miltinho, como castigo por vc ter faltado ao pedal, Naldo confessou a mim e ao Prof. Raimundo que ele não deixará vc assistir a novela na TV da casa dele. Demos muitas gargalhadas!
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