31/03/2012

Programa Caminhos da Escola em Vera Cruz-RN: trezentas bicicletas nas ruas e no campo.



No dia 24 de março de 2012 participamos da entrega de trezentas bicicletas aos estudantes da rede pública de Vera Cruz-RN, como parte do Programa "Caminhos da Escola" do Governo Federal.
Não vou aqui entrar no mérito de como se deu a aquisição das bicicletas, quais os critérios utilizados para distribuição ou se existe alguma promoção pessoal em razão da distribuição. Não, definitivamente não.
Consegui abstrair tudo isso por entender que é uma iniciativa louvável incentivar o uso da bicicleta desde cedo, além de ser momento único na vida de várias daquelas crianças e adolescentes. O sentimento que meio veio à cabeça foi muito bem mencionado por Professor Raimundo: "é a alegria de ganhar sua primeira bicicleta". Foi essa sensação de felicidade que conseguimos detectar em todos que receberam as bicicletas e os capacetes, inclusive nos seus pais que fizeram questão de comparecer, alguns até pedalando com os filhos e outros segurando a bicicleta para não vê-los cair.
Foi com esse espírito desarmado que saímos na manhã (06h30min) de sábado com o objetivo de pedalar "apenas" 36 Km e participar da "festa" de entrega. Mais uma vez conseguimos reunir pessoas extraordinárias, totalmente diferentes, mas tão parecidos. Um grupo de aproximadamente cinquenta ciclistas, coesos e com um espírito competitivo inegável: chegar todos juntos.
O tempo mais uma vez foi nosso parceiro e o pedal rolou com bastante tranquilidade. O único episódio digno de registro foi a "biloura" de Vanda Carla, cujo remédio foi comer um cuscuz com ovo, ou seja, o problema era fome. Não fiquei nenhum  pouco preocupado quando ouvi no rádio que Vanda estava passando mal, pois ao lado dela estava uma equipe médica implacável: Erimar (já trabalhou no João Machado), Bené (especialista em hemorroidas de botão), Abeane (psicanalista pela Universidade do Mundo), Moab (cirurgião especializado em aplicar ponto em asa de muriçoca) e Jac (enfermeira que conseguiu curar todas as feridas de Moab). Com um time desse ninguém fica doente, morre de véspera.
Entramos na cidade todos juntos e passamos entre as barracas da feira. Na praça central encontramos a primeira cena marcante: 300 bicicletas arrumadas uma ao lado da outra e divididas por tamanho (aro 26 e 20). Uma multidão de pessoas aguardando o momento da entrega. Tomamos pé da situação e seguimos para o café da manhã, oportunidade em que todos comeram à vontade.
Acompanhamos a entrega das bicicletas e capacetes, Claudia Celi falou em nome do grupo e saímos pedalando pelas ruas da cidade, ao som de fogos de artifício. Foi outro momento espetacular do evento.
Depois da missão cumprida retornamos aos nossos lares entusiasmados com o que vimos. Esperamos agora que outras cidades tenham a mesma iniciativa e no que depender de nós estaremos presentes.
Para quem não foi resta o consolo das fotos.

Foto na saída: Posto Emaús
Na trilha.
Chegando em Vera Cruz.
Bicicletas na praça.
Mais bicicletas na praça.
Café da manhã em Vera Cruz-RN.
Claudia Celi fala em nome dos Rapaduras.
Passeio com os estudantes.
Mais passeio.
Hora de voltar.

30/03/2012

COLABORE PARA ADQUIRIR UM REBOQUE PARA O GRUPO DE CICLISMO RAPADURA BIKER

Caros Rapaduras:

Como todos sabem conseguimos arrecadar no final do ano passado junto aos nossos patrocinadores (Frango Bom Todo, Starlux,  Schalk, Terral e Verona Veículos) a quantia de R$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais) e decidimos que o montante seria revertido em prol da aquisição de um reboque para transporte de bicicletas.
Após várias pesquisas e diversos orçamentos chegamos a conclusão que a quantia em caixa não é suficiente para adquirir um reboque nos moldes pretendidos (no mínimo dez bicicletas sem desmontar, totalmente regularizado e dentro dos padrões exigidos por lei). Assim resolvemos aumentar o nosso capital e a ideia de Claudia Celi foi adquirir um bem de consumo que gerasse interesse de todos, fazendo um sorteio entre amigos, obtendo ao final, no mínimo o dobro do valor que temos em caixa, possibilitando assim a aquisição do reboque.
Nesse sentido adquirimos uma bicicleta dobrável importada, um capacete, um par de luvas e uma camisa do Rapadura Biker, e faremos um sorteio entre amigos no dia 20 de maio de 2012, Para tanto contamos com o auxílio de todos os integrantes e simpatizantes do Grupo Rapadura Biker para vendermos os bilhetes, ao preço unitário de R$ 10,00 (dez reais). Cada voluntário receberá no mínimo um talão com 10 (dez) bilhetes, assumindo o compromisso de vender todos.
A partir de amanhã (31/03/2012) iniciaremos a distribuição dos talonários e contamos mais uma vez com a colaboração de todos.
Os bens serão entregues com as respectivas notas fiscais, exceto a camisa.
Seguem as fotos dos bens que serão sorteados.
Bicicleta dobrável LaBici, cor preta, 07 marchas.
Capacete Helmet.
Luva Vision.
Camisa do Rapadura Biker.

Minicurso de Fotografia para Ciclistas

MINICURSO DE FOTOGRAFIA PARA CICLISTAS:

Em outubro de 2011 lançamos a ideia de fazer um curso de fotografia para ciclistas (http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=52577748&tid=5649212974555214266 ) e por várias razões não foi possível realizar naquele ano.
Agora chegou a hora e já temos data certa para a realização do minicurso. Como serão apenas 30 (trinta) vagas vamos priorizar as inscrições d
e quem expressou interesse o ano passado (relação adiante).

MINICURSO DE FOTOGRAFIA PARA CICLISTAS
INSTRUTOR: Alex Gurgel, jornalista, blogueiro, fotógrafo e outras coisas mais. Presidente da Diretoria da APHOTO – Associação Potiguar de Fotografia.
DATA: 15 de abril de 2012.
HORÁRIO: 09h00min às 12h00min.
LOCAL: CDF – Colégio e Curso, Rua Princesa Isabel, 799, Centro, Natal-RN
INSCRIÇÃO NO PRÓPRIO LOCAL E NO DIA DO CURSO: R$ 10,00 + 1 kg. de alimento não perecível.
NÚMERO DE VAGAS: 30 (trinta).
CONTATOS E MAIORES INFORMAÇÕES: Benilton (99828905 – TIM e 87550705 – OI). 

RELAÇÃO DOS INSCRITOS: Benilton, Claudia Celi, Jac, Eduardo Campos, Gilmar, Eduardo Gomes, André Garfield, Abeane, Angelike, Neide, Hiram, Tamara, Marcio Leite, Lucas Siqueira, Erimar, Herculano, Oscar, André Oliveira e Pollyana.
Restam, portanto, 11 (onze) vagas.
Solicita-se aos que fizeram a inscrição no ano passado a gentileza de confirmar em razão da nova data, pois em caso de desistência abriremos a vaga para outro interessado.

19/03/2012

Um metro em meio: a distância que aproxima - Vídeo 1

Caros Rapaduras:
Veja o primeiro dos vídeos produzidos pela CICLOLIGA sobre o artigo 201 do Código de Trânsito Brasileiro:

13/03/2012

Eco Pedal Talhado + Rapadura

O SÁBADO:
No último final de semana participamos (Benilton, Claudia Celi, Kuka e Neide) do Eco Pedal Talhado na cidade de Santa Luzia-PB, distante aproximadamente 290 Km de Natal-RN.
Saimos no sábado (10/03/2012) às 08h30min e fomos no rumo do Seridó, jogando conversa fora e cheios de boas expectativas para o pedal que nos aguardava. Dos quatro apenas Neide conhecia Santa Luzia, pois tinha ido a uma festa de São João naquela cidade ainda na época que Dom Pedro imperava no Brasil. Diz ela que foi na base do "bate e volta": chegou, relou o bucho a noite toda e voltou toda suada, mas feliz.
Assim que passamos de Currais Novos nos deparamos com o pessoal da Polícia Rodoviária Federal trabalhando dobrado, pois naquele final de semana estava acontecendo um encontro de motociclistas na cidade e por consequência um movimento muito grande de motocicletas na estrada. Quando passamos pelos "guardas" Kuka foi logo gritando: "Para que Bereca tá ali". Como motorista obediente conduzi o carro para o acostamento e tive a oportunidade de conhecer o Policial Rodoviário Federal mais famoso do Seridó, Bereca. O cabra é uma simpatia e tem uma presença de espírito incrível. Perde o amigo, mas não perde a piada. Tem sempre uma resposta na ponta da língua pra tudo. Enfim, tem cara de Bereca. Pegamos informações sobre a estrada, nos despedimos e seguimos nosso rumo.
Nossa próxima parada foi para almoçar no Gargalheiras e foi uma excelente opção. Além do excelente filé de tilápia tivemos a oportunidade de encontrar diversos motociclistas que seguiam até Currais Novos. Na janela de vidro do restaurante da Pousada Gargalheiras estão assentados adesivos de vários grupos de jipeiros/trilheiros/motociclistas/ciclistas que passam por lá. Não contamos conversa e colamos o adesivo do Rapadura Biker para registrar nossa passagem. Antes de deixar o Gargalheiras paramos na casa de Doutora Dayse e Pedro Brito, fizemos uma rápida inspeção no lugar e registramos tudo com um retrato.
Passamos por Jardim do Seridó, entramos em Parelhas, atravessamos Santana do Seridó e São José do Sabugi (esse trecho tem muito buraco e fiquei pensando se Micarla já foi Prefeita por aquelas bandas) e finalmente chegamos por volta das 14h00min ao nosso destino. Seguimos para o centro e paramos num barzinho de esquina (O Comilão) para pedir informação sobre a localização da Pousada Alvorada. Em uma das mesas tinham uns seis cabras bebendo e cada um deu uma explicação diferente. O dono do bar que a tudo assistia percebeu que os nossos informantes estavam "médios bêbados" e resolveu interferir, apontando qual o caminho a seguir.
Na Pousada Alvorada, localizada bem no centro da cidade, fomos recepcionados pela simpática Daniele e pela mais simpática ainda proprietária, Dona Ducarmo. Local simples, mas limpinho e organizado. O quarto que foi reservado para mim e Claudia Celi ficava no caminho do local do café da manhã, de sorte que sempre que entrava ou saia do quarto eu passava pela cozinha e tinha sempre comida disponível. Dona Ducarmo foi logo dizendo: "se tiver fome não se acanhe". Não bastasse isso ainda tinha o kit luxo: ar condicionado split e internet sem nenhum fio. Tudo primeira de luxo.
Depois de tirar a poeira do corpo fomos fazer um reconhecimento da cidade. Assim que saímos da pousada encontrei na mesma rua uma barbearia aberta. Como já tinha chegado o momento de cortar a juba, não contei conversa e já fui sentando na cadeira do barbeiro, tudo mediante o olhar de reprovação de Claudia Celi, que inutilmente insiste que eu corte o cabelo em um desses "coiffers" chiques. O nome do barbeiro é Damião, mas é conhecido por "Dão". Nunca viajou para lugar nenhum e vem trabalhar todo dia de bicicleta, principalmente para cuidar da saúde, depois que descobriu ser diabético. O serviço do homem custou R$ 6,00 e gostei tanto que acho que no próximo mês vou cortar novamente o cabelo lá.
Já me sentindo mais leve segui com meus companheiros de pedalada para um "tour" pela cidade. Como o calor tava com a molinga nossa primeira providência foi procurar uma sorveteria. Arrochamos no cascão com duas bolas, com direito a cobertura e todos demais acompanhamentos. Em seguida segui com Kuka até uma lanchonete na praça central e resolvemos fazer hora para receber os nossos kits do pedal. Ficamos olhando o movimento, tomando água e vendo o carros chegando carregados de bicicleta. Enquanto isso Claudia Celi e Neide foram às compras e voltaram somente após duas horas, cada uma com uma sacola cheia de troços. Disseram que encontraram uma promoção irresistível e compraram sapatos para usar até a Copa de 2014. Insatisfeitas, ainda foram numa loja de "importados" e Claudia Celi comprou uma coleção de arupemas, um furador de côco, um ralador de verduras e outras coisas cuja utilidade eu não sei. 
Permanecemos na lanchonete até o cair da noite e descobrimos que ali é o "point" da cidade. Era gente passando e chegando de todos os lados. Bem pertinho ficava o prédio da organização do evento e as meninas foram até lá e já encontraram nossos kits reservados, inclusive já nominados. Tudo organizado e sem arrodeio. Resolvemos que o melhor era descansar, pois teríamos um longo dia pela frente. Mais tarde ainda teve um pequeno pedal de congraçamento entre os ciclistas pelas ruas da cidade, mas optamos por dormir mais cedo.
Registro aqui que conhecemos os organizadores do pedal, Petrônio e Josemar, pois até então a amizade era somente no mundo virtual. Os cabras foram bastante atenciosos e não pararam de trabalhar nenhum minuto. Simpáticos e sem frescuras, tal qual deve ser o ciclista.
Às 22h00min já estava nos braços de Morfeu, mas por volta de 00h00min chegou um grupo de ciclistas para se hospedar e teve início uma zuadeira maior do mundo. Tinha um cabra que além de gargalhar muito alto, peidava e cantava no mesmo tom. Como tenho o sono leve fiquei umas duas horas escutando as resenhas dos cabras e somente depois que faltou energia umas duas vezes foi que a paz reinou na Pousada Alvorada.

O DOMINGO:

Às 04h30min o despertador tocou. Às 05h00min já estávamos prontos para seguir até o local da concentração. Na pousada encontramos Fernando Amaral que veio com a delegação de Bananeiras.
Às 05h15min começou a juntar ciclista no local do café da manhã. Tinha gente de Souza, Cajazeiras, Patos, João Pessoa, Campina Grande, Guarabira, Jaçanã e de muitos outros lugares. De Natal além do nosso grupo também encontramos o Rapadura Fabinho Bom Todo, o experiente ciclista Ferreira, bem como Esdras, estes que vieram com a galera de Jaçanã.
O café da manhã foi servido no horário e tinha bastante fartura: frutas diversas, suco, café, pão, leite, granola, bolachas. Tudo fresquinho e em quantidade.
No local um stand do Boticário fornecendo protetor solar para os ciclistas. Mais adiante outra mesa somente com granola da São Braz, por sinal muito gostosa. Mais adiante uma mesa com maltodextrina, sem falar que tinha disponível água geladinha para abastecimento das garrafinhas. Tudo conforme prometido.
Às 06h30min foi uma sessão de alongamentos, uma oração por um dos ciclistas e teve início o pedal. A cena de quase 200 ciclistas pelas ruas da cidade foi incrível e as pessoas acordaram cedo para prestigiar.
Deixamos as vias urbanas e começamos por um estradão que aos poucos foi afinando. No horizonte nossa visão era das enormes serras de pedras. Após uns 15 Km nos deparamos com o primeiro desafio: a subida da Tubiba. O negócio é íngreme com força. Não bastasse isso o terreno é cheio de pedras soltas e deslizantes. Muito difícil de subir. Particularmente não vi ninguém subindo no pedal, mas soube que teve quem o fizesse. Até as motocicletas que nos acompanhavam no apoio tiveram que subir no empurrão.
Quando chegamos lá em cima seu Kuka tava só o pito. O homem recuperava-se de uma virose e depois de encarar a subida da serra acho que o troço resolveu voltar com força. Até ali Kuka ainda estava cagando duro, mas quando chegou no alto da serra o troço desandou. Mas não pense que ele desistiu. Pedalou ainda uns 07 Km e somente parou quando encontrou a ambulância e o carro de apoio que estavam estrategicamente estacionados. A partir de então seu Kuka seguiu no carro de apoio, reclamando mais do que vereador da oposição. Também não era pra menos, além de tá urinando pelo boga, ainda teve que seguir na carroçeria da F4000 segurando uma ruma de bicicletas. Tudo isso teria sido evitado se tivesse seguido o meu conselho e ao invés de tomar aquelas cervejinhas na praça ele tivesse tomado um chá de cortiça.
Enquanto isso o pedal continuava. A trilha parece um tobogã e o terreno é bastante diverso. De repente você vem no arisco e encontra uma areia fofa. Se não tiver ligado o chão é lugar certo. Ademais, de um lado e do outro a flora é rica em plantas perigosas: urtiga, mandacaru, xique xique, coroa do frade, jurema e outras da mesma categoria. Tive um leve contato com uma e somente agora vi um pequeno "nó" no meu ombro direito.
Em determinado momento do trajeto encontramos novamente Fabinho Bom Todo que estava acompanhado com a galera de Guarabira. O Bom Todo estava cheio de cãibras, mas mesmo assim encarou um bom pedaço da trilha no pedal. Mais adiante, após verificar que os batimentos cardíacos estavam um pouco elevados, resolveu por cautela fazer companhia a seu Kuka e outra ruma de ciclistas que estavam nos carros de apoio. Essa é a postura correta. Não deu, para e executa o plano "B" (B = bigú).
Começamos então o trecho de descidas. Um visual espetacular, mas um terreno muito acidentado e perigoso. Soube que ali houve um verdadeiro "concílio", sendo difícil eleger um Papa de tanta gente que beijou o chão. O fato é que o solo da Serra do Talhado ficou abençoado por uns cem anos, de tão beijado que foi.
Depois das descidas encontramos o último ponto de apoio: uma fazenda na localidade denominada Saco. Ali a família do senhor Milton nos acolheu com um carinho imenso. Tivemos uma ducha de água fria, refrigerante, água gelada, cerveja, jaca e buchada. Um ponto de apoio bastante condizente com o estilo do Rapadura Biker. Confesso que fiquei um pouco preocupado e vou explicar o motivo: como estava dirigindo eu declinei da cerveja, mas Claudia Celi representou bem a família nesse quesito. Acontece que Neide do Gás encarou misturar jaca com buchada, coisa que eu nunca tinha visto na minha vida. Vi com esses olhos que a terra vai comer um dia a mulher encarando a metade de uma jaca mole e uma terrina  de buchada. Não bastasse isso, ao terminar sua "degostação", ainda teve a ousadia de tomar uma banho frio, correndo o risco de ter um "ramo". Mas se vocês acham que ela se deu por satisfeita estão enganados, pois logo em seguida saiu da fazenda dando adeus aos pessoal e chupando uma ruma de umbú que nos tínhamos colhido no caminho. Conclusão: a danada é magra de ruim e com certeza ali dentro deve ter um condomínio de lombrigas.
Faltavam ainda uns 10 Km para terminar o percurso e Claudia Celi saiu "desembestada", ainda sob efeito do copo de cerveja que tomou. Foi embora que nem bala pegava e eu atrás só olhando e pensando comigo mesmo: "Pra onde tu vai valente?". Agora descobri o energético eficiente pra essa mulher. Quando ela tiver dando na fraqueza no pedal, basta oferecer uma cerveja geladinha que ela vai embora. Tá vendo como a tese da "Universidade de Selamanca" é acertada.
Às 13h00min chegamos no ponto final - a AABB da cidade. Ali o almoço estava sendo servido e para quem achou que tinha comida franca no café, precisava ver o almoço. Muita fartura e mais uma vez organização. Pra completar ainda tinha um grupo fazendo um som ao vivo.
Assim que entrei na AABB um ciclista cujo nome não sei, mas também não interessa saber, foi logo dizendo: "eu cheguei às 11h00min". Olhei pra ele e disse: "e era corrida? deixe eu ver sua medalha".
Almoçamos, nos despedimos e fomos nos preparar para o retorno.
Saímos de Santa Luzia-PB por volta das 14h30min e desta feita viemos por Várzea e Ouro Branco, evitando assim os buracos. Paramos em Tangará para o tradicional pastel e chegamos em Natal às 18h30min, tendo a felicidade de ouvir na estrada o primeiro gol do ABC contra o Alecrim.
No caminho paramos 45 vezes para seu Kuka obrar, de modo que o homem chegou em casa de boga assado.
Foi mais uma experiência maravilhosa e tivemos ótimas lições sobre organização de pedal para grandes grupos. Conhecemos ciclistas de vários lugares e temos uma agenda cheia de eventos até o meio do ano.
Parabéns a Petrônio, Josemar e demais organizadores. Até o próximo pedal.
Almoço no Gargalheiras.
Vistoria da casa de Doutora Dayse e Pedro Brito.
Aparando a juba com seu "Dão".
O kit.
Café da manhã.
Alongamento na saída.
Com Petrônio, um dos organizadores.
Com Fernando Amaral, das Bananeiras.
Subidinha da Tubiba.
Posição do Rapadura Biker.
Olha o jardim.
Fabinho Bom Todo, Claudia Celi e seu Kuka.
Pedalaram muito.
Só faltam os dinossauros lá no final.
Parada na casa de seu Milton e família.
Neide arrochando a jaca com buchada.

04/03/2012

Serra da Formiga 2012: volta às origens

A ORIGEM:

A minha relação com a Serra da Formiga é bem interessante. Corro o risco de repetir um assunto já postado, mas tudo bem, o que importa é expressar meus sentimentos.
No ano de 2007 meus companheiros de pedaladas na Rota do Sol e nas trilhas eram Mauro Diógenes e Júnior Verona. Quando chegava o final do semana o ponto de encontro dos amigos do "Atola + Não Fica", grupo de 4x4 criado nos idos de 1500, era o Quirambu, em Monte Alegre-RN. Enquanto todo mundo ia de carro eu seguia sozinho de bicicleta, tendo ido algumas vezes acompanhado de Mauro, Júnior Verona e Paulo Victor. Chegava lá e todo mundo ficava admirado.
Pois bem, quando terminava o pedal na Rota do Sol (3ª e 5ª) o ponto de encontro era a Toca do Açaí (Ponta Negra). Ali os ciclistas se reuniam e contavam suas façanhas, faziam novas amizades e agendavam as trilhas dos finais de semana. Lembro que determinada noite estávamos Mauro e eu tomando um açaí quando ouvimos um grupo falando de quão rude era a subida da Serra da Formiga. Não contei conversa e disse comigo mesmo: é pra lá que eu vou.
Naquele mesmo ano tivemos nosso primeiro contato com a Formiga. No meu carro seguimos Amanda, Claudia Celi, Guilherme e eu. No carro de Mauro estavam Júnior Verona e Paulo Victor. Assim que estacionamos os carros no pátio da Fazenda Divisão e iniciamos os preparativos para o pedal a bicicleta de Mauro foi premiada com espinhos de juazeiro e tivemos que fazer alguns remendos.
Mal iniciamos o pedal e na primeira descida Guilherme Lima bastante empolgado foi proclamado o Primeiro Papa Mirim do Rapadura Biker, beijando o solo sagrado de Riachuelo, cortando o queixo e ganhando alguns pontos como brinde. O danado não se deu por vencido e mesmo chorando ainda pedalou alguns quilômetros conosco. O bichinho é meio bruto também. Lógico que puxou ao sangue da genitora. 
Na subida da ladeira de calçamento eu estava com todo gás e com menos 10 Kg, aproveitando o ensejo para inaugurar o pedal com clip. Quando eu estava me achando Claudia passou com o carro ao lado e Amandinha pediu para que eu sorrisse para foto. Foi o suficiente para perder a concentração e beijar o solo, sendo aclamado Papa juntamente com meu filho.
O fato é que subimos e fizemos um registro fotográfico incrível, conforme Raimundo muito bem lembrou e publicou outro dia no Facebook.
Ah, nessa época Amandinha competia pelo CEI e a danada desceu a serra com tudo, ao passo que o meu coração quase saia pela boca.

OS ANOS SEGUINTES:

O tempo foi passando e a Serra da Formiga entrou no calendário de pedaladas do Rapadura Biker, de forma que já pedalamos lá com todas as variações de clima. O melhor, na minha opinião, é logo depois do inverno, pois a paisagem fica toda verdinha e o vento lá em cima é bastante agradável. Em post anterior relatamos como foi o pedal de 2011 (http://rapadurabiker.blogspot.com/2011/03/serra-da-formiga-2011-ou-serra-das-2011.html). Vale à pena conferir.

SERRA DA FORMIGA 2012:

Quando postei o pedal de hoje tivemos poucas respostas no Facebook e Orkut. Na véspera recebi ligações telefônicas de Hiram (Coala) e Alcoforado (Lindo) perguntado sobre as confirmações. A resposta foi: Claudia Celi e eu.
Quando chegamos no Posto Emaús às 06h00min de longe avistamos vários ciclistas. Fiquei intrigado e comentei comigo: será que esse povo todo vai conosco! Não demorou e a explicação chegou: o outro grupo integrado por Everton, sua esposa, Maninho e outros iriam fazer trilhas para os lados do Cobé. 
Fizemos então um rápido levantamento e identificamos 16 ciclistas conosco (Alex Alcoforado, Augusto Ratis,  Benilton, Claudia Celi, Chupeta, Hiram, Júlio César, Marcelino, Mateus, Naldo, Raimundão, Rochinha, Shirley, Talita, Thaise e Virgínia). De imediato conclui que o melhor seria fazer o menor trajeto, pois pela quantidade de pessoas perderíamos muito tempo na subida e descida da serra.
Saímos de Natal às 06h30min. Chegamos em Riachuelo às 07h40min e iniciamos o pedal às 08h00min, depois da tradicional foto da saída.
Facilmente você percebe a expectativa dos ciclistas com o que vem pela frente. A adrenalina parece que fica solta no ar.
Não demorou e a subida começou. Para nossa sorte praticamente não existiu trânsito de motocicletas e tudo correu bem durante toda "escalada".
Lá em cima a paisagem é incrível, sendo facilmente visualizado o contorno da BR 304.
Uma paradinha para hidratar no Bar da Galera, último ponto para abastecer as garrafinhas antes de Rui Barbosa. Os Lindos encararam um litrão e foram acompanhados por Hiram Lima, possivelmente para esquecer do 204 que tomou na noite passada. Para quem não sabe 204 é o mesmo que quatro latinhas de 51.
Chegou a hora da descida e o terreno estava bom, apesar de perigoso em razão da grande quantidade de pedras soltas. Desci rápido e parei antes do final para fotografar a galera. A medida que iam passando senti a  falta de Claudia Celi e naquele momento lembrei que os pneus da bicicleta dela estavam bastante cheios, o que era perigoso naquele terreno. O tempo foi passando e o pessoal deixou de passar. Naquele momento senti que algo tinha acontecido. Voltei e encontrei Naldo que já foi avisando: "Claudinha caiu, mas tá tudo bem". Subi mais um pouco e encontrei Claudia Celi já pedalando, tendo sido assistida por Virgínia e Chupeta. Avaliamos a situação e ela disse que seguiria no pedal até Rui Barbosa. 
Já passava das 10h30min quando descemos a serra e chegamos na bifurcação entre Riachuelo e Rui Barbosa. Ouvimos o grupo e resolvemos pegar à direita até Rui Barbosa. O sol estava como diz a minha mãe "com a bexiga taboca". Não bastasse o calor imenso o vento vinha de todos os lados, principalmente de frente, segurando nosso desenvolvimento. Topetes e mais topetes e finalmente avistamos o arruamento. Atravessamos o leito do rio e chegamos ao centro de Rui Barbosa. Uma parte do grupo foi tomar café da manhã (ou terá sido almoço?) no mercado. Outra parte do grupo preferiu ficar relaxando no chão frio do enorme pátio existente na praça. Fiquei no grupo dos que foram comer e testemunhei que o cardápio foi zero de gordura trans: guisado de carne, carneiro, galinha, cuscuz, macarrão, queijo de coalho e muita graxa, tudo acompanhado de coca ks, suco de maracujá e cerveja preta. Ah, como entrada tivemos "cremosinhos" bem geladinhos, servidos por Thaise (Linda) que apossou-se do "isonor" do vendedor.
Depois do rápido momento gastronômico chegou a hora de voltar. O joelho de Claudia Celi começou a reclamar e ela achou por bem não voltar pedalando, contratando um mototáxi para deixá-la na Fazenda Divisão, pegando o carro, voltando para buscar sua bicicleta e levar Hiram que estava fazendo a digestão do café.
O grosso do grupo seguir pedalando e o sol agora tinha passado para o estágio de "estopô balaio". Por sorte o vento estava favorável e a volta fluiu tranquila.
Chegamos na Fazenda Divisão, tomamos água geladinha, compramos um legítimo queijo de manteiga e voltamos aos nossos lares, todos satisfeitos e olhando ao longe a Serra da Formiga que mais uma vez foi vencida pelos Rapaduras Bikers.

Destaco aqui alguns colegas, homenageando assim aos demais, mesmo aqueles que não foram:
- Claudia Celi: como todas as mulheres do Rapadura Biker a minha tem uma garra incrível e tem melhorado a cada dia seu desempenho. Estava empolgadíssima com a bicicleta nova, de forma que esqueceu que a descida é diferente da subida, aproveitando o ensejo para inaugurar a bike e tornar-se a primeira PAPISA do Rapadura Biker, beijando o solo sagrado, entrando assim para os anais da agremiação;
- Hiram (Coala): ouvi dizer que ele confundiu os rótulos e ao invés de tomar energético ingeriu 04 latinhas de 51, o que certamente atrapalhou sua performance na subida, mas em compensação o homem na descida parece um míssil exocet, sendo difícil de acompanhá-lo;
- Professor Raimundo: a cada dia que passa tá pedalando melhor e fotografando melhor ainda. Não se deixa vencer pelos terrenos difíceis e continua mantendo o mesmo lema desde o dia que começamos a pedalar juntos: "não temos que provar nada a ninguém, apenas pedalar pelo prazer";
- Rochinha: se uma queda de avião não o tirou do trecho, queda de bicicleta pra ele é fichinha. É outro cara que tem uma disposição e força de vontade incríveis. Vence as subidas praticamente utilizando a força de apenas um pé e mesmo assim tem sempre um sorriso para oferecer;
- Chupeta: chegou agora ao grupo e já vestiu nossa camisa, demonstrando espírito de solidariedade e camaradagem, fazendo questão de pedalar na retaguarda e auxiliar sempre que necessário.

Enfim, mais um dia feliz ao lado de pessoas do bem. Que venham outros pedais!!!!

Trajeto de hoje: 36,5 Km.
Em 2007 a primeira subida.
Galera boa de 2012.
E tome subida.
Café da manhã/almoço no mercado de Rui Barbosa.
Energético Tabajara.
O plano "B" para quem não tomou café.
A Linda dos "cremosinhos".
Claudia Celi.
Hiram.
Raimundão.
Rochinha.
Chupeta.