Imagine juntar duas coisas que você gosta muito e fazer num dia só. Pois bem, o pessoal do Grupo "Tô nem ai" de Campina Grande-PB conseguiu. No último dia 03 de junho de 2012 participamos na terra do maior São João do Mundo do 1º Forró Bike, um evento ciclístico muito animado e dos mais organizados que o Rapadura Biker já participou.
No meu caso saímos (Cláudia Celi, Guilherme Lima e eu) de Natal na sexta-feira (01/06) e fomos aproveitar o friozinho bom de Bananeiras-PB para esperar o dia do pedal. Quando chegou o sábado (02/06) recebemos em nossa casa o grosso da tropa do Rapadura Biker (Abeane, Erimar, Fábio Vale, Juliana Cantero, Rochinha e Shirley) que seguia no rumo de Campina. Atenderam meu convite e pararam com o simples propósito de comer uma jaca, tomar um suco de juá e colocar água no radiador do carro de Rochinha, pois o danado esquentou demasiadamente quando Erimar assumiu o comando do volante e imprimiu a velocidade extravagante de 65 Km/h.
Pois bem, o povo chegou lá em casa e começou a comer uns gomos da jaca e entornar o suco de juá. Nesse interim quem se fez presente foi o Presidente do Banana Bike, Fernando Amaral, que não se contentou com o suco e resolveu tomar algo mais caliente, iniciando com umas cachaças produzidas na serra, entrelaçando com umas garrafas de Samanaú, abandonadas lá em casa na última passagem de Júnior Verona.
O tempo foi passando, a jaca diminuindo de tamanho, a cachaça esquentando o frio, mas o motor do possante de Rochinha continuava tão quente como uma caeira, de forma que por razões técnicas a viagem para Campina naquele dia parece que ia ser interrompida.
Quando finalmente o motor do carro resolveu esfriar, os sapos já estavam beirando a calçada da casa e quando os homens se deram conta perceberam que Claudia Celi, Juliana Cantero e Shirley tinham saído para compra bolacha e até então não tinham voltado. De repente um carro foi se aproximando e qual não foi a nossa surpresa: os "Lindos", Alex Alcoforado e Thaise, surgiram inopinadamente, guiados pelo cheiro da jaca. Saíram de Natal às 15h00min e percorreram os 150 Km de distância com uma média de 1 beijo por Km.
Com a chegada dos "Lindos" veio uma novidade: Alex Alcoforado tinha aprendido uma receita de risoto e queria experimentar a danada. De imediato nos colocamos na condição de cobaias.
A noite chegou e com ela o frio aumentou. Comemos o tal do risoto, que na minha terra é conhecido como "grolado" ou "mistura de arroz" e o danado do troço realmente estava gostoso. Se o "Lindão" tiver com as rochas os mesmos dotes que tem na cozinha, sem dúvida dará um ótimo geólogo.
Arrumamos as dormidas, garantindo que ninguém ficasse desconfortável. Rochinha foi o primeiro a "pegar no sono", dormindo feito uma rocha. Fábio Vale montou num colchão inflável e passou a noite sonhando com Aninha. Erimar escolheu dormir ao relento, pegou um cobertor de pele de mamute e fez carreira para o terraço, passando a noite progrramando o seu noivado. Juliana Cantero e Shirley dormiram no quarto de Amanda e Guilherme Lima. Abeane, esse eu não sei onde dormiu. Segundo soube, parece que andou meio sonâmbulo e somente foi acordado quando Rochinha levantou se mijando e saiu abrindo tudo que era porta da casa procurando um banheiro. Dizem que por muito pouco ele não mijou dentro da geladeirinha vermelha.
Às 04h15min o despertador tocou. Lembrei dos tempos do Exército quando acordava "p" da vida com o som da corneta. Às 05h00min já estávamos prontos para pegar estrada, cada um com uma cara de sono pior do que o outro.
A viagem foi tranquila e dessa vez o possante de Rochinha conseguiu atingir a velocidade de 70 Km/h, o danado chega "flotoava" na estrada. Houve quem dissesse que era melhor ter ido de bicicleta, pois com certeza chegaria mais rápido. Pura intriga da oposição.
Chegamos em Campina Grande e depois de um pequeno erro de navegação alcançamos o local da concentração. Tudo já estava pronto e só faltavam os Rapaduras. Desamuntamos dos carros, colocamos os cabrestos na bicicletas e nos juntamos ao grupo de mais de cem ciclistas.
Iniciamos o pedal pelo asfalto e não demorou chegamos na trilha. O clima agradável da serra e uma paisagem linda possibiltou um pedal suave e de bom rendimento. Chamou a atenção a presença de muitos casais e a alegria contagiante do pessoal durante todo o trajeto.
Logo nos primeiros 10 Km tivemos uma parada para hidratação, com frutas, água e muita coisa boa para repor as energias gastas nas subidas.
Chegamos então ao Parque Maria da Luz e ali já nos esperava um carro-palanque com um trio de forrozeiros, daqueles que somente a Paraiba produz. Tinha de tudo no ponto de apoio (frutas, água de côco, água sem coco, sucos, bolacha, coalhada, enfim, tinha de tudo e um pouco mais). Enquanto todo mundo hidratava o forró falava no centro. Fui dançar uma parte com Claudia Celi, mas descobri que esse negócio de dançar com calça colada de ciclista é muito perigoso, pois fica o tempo todo parecendo que o cabra tá dançando armado.
Uma pausa no forró e o passeio continuou. Mais adiante outro ponto de hidratação. Juntamos os Rapaduras e ficamos esperando Rochinha, que vinha lá atrás admirado com a paisagem da Borborema. Quando nos demos conta aproximou-se uma motocicleta do apoio e na garupa vinha Rochinha agarrado na sua bicicleta. Ah, outro ponto positivo do evento: motocicletas de apoio e da SAMU acompanhando todo o trajeto.
Seguimos então pela margem da linha do trem e logo atingimos novamente a zona urbana de Campina Grande. Logo na entrada da cidade paramos em um barzinho para tomar um suco de juá, mas como não tinha optamos por uma cachaça brejeira e uma cerveja litrão (tese da Universidade de Salamanca) para repor os sais e afastar as ingrisias. O local escolhido foi o bar de Dona Carminha e quem estava lá era Jucélio, um simpático conterrâneo que nos recebeu com um sorriso no rosto e tinha uma olhar de um antílope tibetano.
Por volta de 12h15min chegamos ao nosso destino. Antes, porém, fizemos a tradicional foto do grupo perfilhado e depois adentramos o local. Almoçamos e dançamos forró até a hora que foram gastos três triângulos e quatro zabumbas. Somente para ilustrar, dançei tanto que a minha bota esfarelou o solado e tive que voltar somente de meias.
Registre-se que durante todo o forró Fábio Vale permaneceu macambúzio encostado numa "pilastra". Diz a lenda que era saudade do Sargento.
A festa terminou e agradecemos aos organizadores, enaltecendo o brilho do evento. O melhor de tudo é que senti no pessoal do "Tô nem aí" o mesmo espírito do Rapadura Biker: liberdade, alegria e vontade de fazer as coisas certas.
Um comentário:
rapaz num era o carro de rochinha que nao corria , era pq o papo estava tao bom dentro do carro que esqueci de passar a marcha e pisar fundo, o detalhe é que eu fui na 2ª marcha de natal ate bananeiras a 72 KM/h
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