Caros Rapaduras:
O tempo anda curto e por tal motivo estou devendo as atualizações do blog. Encontrei um tempinho hoje e aproveitei para compartilhar com vocês mais uma incrível viagem do Rapadura Biker.
Espero que gostem.
Um abraço.
Benilton de Lima Souza
4ª
Viagem do Grupo de Cicloturismo Rapadura Biker de João Pessoa/PB a Natal/RN
Em
sua quarta versão a viagem de bicicleta saindo de João Pessoa-PB até Natal-RN
foi realizada no primeiro final de semana do mês de setembro de 2012. Como não
poderia deixar de ser o trajeto sofreu alterações, de forma que para quem já
tinha ido foi uma oportunidade de conhecer novo caminho e para quem estava
estreando foi um percurso desafiador.
Participaram
integralmente da viagem vinte e uma pessoas (Abeane, Alex Alcoforado, Alexandre
Pinto [carro de apoio], Benilton, Cláudia Celi, Eduardo Campos, Erimar, Fábio
Vale, Juliana Cantero, Kuka, Helena, Jadson, Milton, Neto Palhares, Othon,
Professor Raimundo, Roberto Bruno, Rochinha, Serginho, Suzy e Thaise.
Registre-se também a presença de Francisco no primeiro dia, guiando o carro de
Rochinha até Rio Tinto/Mamanguape. Para 10 dos participantes a viagem tinha um
gostinho especial, pois era a primeira vez que faziam o trajeto (Abeane, Alex
Alcoforado, Alexandre Pinto, Cláudia Celi, Erimar, Fábio Vale, Kuka, Rochinha,
Suzy e Thaise)
A
grande maioria saiu de Natal na sexta-feira (31/08) e o traslado foi feito por
Wagner Marcelino, cujo veículo transporta 15 bicicletas e respectivos ciclistas
(vide no final dados para contato). Saímos às 17h10min, paramos em
Mamanguape-PB para jantar e por volta das 20h10min chegamos em Cabedelo-PB,
local escolhido para pouso, pois não conseguimos viabilizar a hospedagem de
todo grupo em João Pessoa. Os demais integrantes do grupo e que vieram em
carros próprios (Milton, Alexandre Pinto, Helena, Kuka, Rochinha e Francisco)
chegaram logo em seguida.
Não
foi possível acomodar todo mundo em uma só pousada, ficando uma parte na
pousada Belo Mar e outra na Balanço do Mar, ambas na Praia de Formosa, em
Cabedelo-PB. Helena e Alexandre Pinto ficaram em João Pessoa, pois tinham
reservas em hotel naquela Capital.
Acordamos
no horário planejado e saímos para o café da manhã em uma padaria localizada
nas proximidades das pousadas. Depois de alimentados seguimos para o embarque
na balsa que nos deixaria em Lucena-PB, saindo por volta das 07h10min. Chegando
a Lucena seguimos pelo asfalto até o Santuário de Nossa Senhora da Guia,
oportunizando a todos uma visão panorâmica daquele trecho do litoral paraibano.
Deixamos
o Santuário e seguimos pelo asfalto, passando por um coqueiral que parece não
ter fim, com os coqueiros alinhados de forma a lembrar uma tropa militar em
desfile.
Fim
do asfalto e tem início a trilha. De um lado canavial e do outro mata. O tempo
nublado, a constante ameaça de chuva e um vento fresco foi o tempero para um
bom início de pedal. O grupo tava animado e pedalamos muito bem, de sorte que
em pouco tempo atingimos a comunidade de Estivas, local em que encontramos
moradoras do lugar que estavam inaugurando a produção de bolos. Fomos os
primeiros a comprar, provar e aprovar.
O
próximo trecho foi em estradão de barro vermelho, sempre ladeado de canaviais e
trabalhadores da indústria da cana. Enquanto passávamos com nossas bicicletas
os trabalhadores gritavam. Uns nós saudavam, outros agradeciam nossos acenos e
apitos, uns poucos ficaram indiferentes e um mais afoito gritava com plenos
pulmões: “Deixa as negas aqui! Deixa as negas aqui!”. Claro que não deixamos.
Nas
proximidades da entrada do Projeto Peixe Boi Marinho nos despedimos dos carros
de apoio, pois nos aguardava a Barra de Mamanguape, cuja travessia somente é
possível de barco. Passamos na comunidade de Tavares, na praia de Campina e
logo atingimos o local de embarque, onde já nos aguardava Joelson dos Barcos e
sua equipe, já avisados pelo pessoal da EuroBikes que tinha feito a travessia
mais cedo. O barco comportou todos e
fizemos uma travessia tranquila, chegando à Aldeia Tramataia, da naçao
Potiguara. Dali encaramos mais uns 7 km e logo chegamos em Baia da Traição-PB,
local que já estavam os carros de apoio. Comemos uma deliciosa paçoca,
hidratamos, abastecemos nossas garrafinhas e seguimos viagem.
Passamos
por dentro de Baia da Traição-PB e a tônica era a política. A todo instante um
carro de som passava, cada um com o som mais alto que o outro. Aos poucos fomos
deixando a cidade e logo estávamos novamente na trilha, desta feita no rumo da
balsa de Barra de Camaratuba.
Chegando
em Camaratuba constatamos que a maré tinha subido muito e a conclusão foi que
pedalar pela beira da praia seria puro sofrimento. Paramos para pedir
informação sobre um caminho mais curto, pois só tinha mapeado o estradão até
Mataraca, que implicaria em um significativo aumento do percurso. Encontramos
um morador do lugar e ele sugeriu que fizéssemos o caminho da Usina Millenium,
saindo na entrada da Pituba. Disse que era bem mais curto, porém era muito
fácil “se perder”, pois as entradas eram muito parecidas. Resolvemos então
contratar um guia para nos apontar com segurança o caminho e assim foi feito,
tendo sido essa a melhor opção.
Às
16h30min já subíamos a ladeira do Sagi, nosso objetivo daquele dia. Seguimos
direto para o local de hospedagem (apartamento do Noruegueses) e mais uma vez
fomos muito bem recebidos por Paulo e sua equipe, todos amáveis e
profissionais, deixando o grupo totalmente à vontade. Um banho na piscina para
relaxar, uma cerveja gelada para hidratar e um excelente e farto jantar com a
tradicional massa preparada por Paulo e já tão conhecida e apreciada pelos
ciclistas. Antes das 21h00min grande parte do grupo já estava dormindo e pelo
que soube a noite de sono foi tranquila.
Amanheceu
o domingo (02/09) e no horário marcado deixamos Sagi, enfrentando mais uma vez
um trecho entre canaviais e asfalto até a Fazenda Estrela. Dali em diante
trilhamos até a Balsa de Barra de Cunhaú, fizemos nova travessia de balsa,
cruzamos rapidamente a área urbana, atravessamos de balsa até Simbaúma e
seguimos no rumo da Pipa, via Chapadão. Às 12h00min chegamos à última balsa em
Tibau do Sul, desembarcando em Malembá e pedalando com tranquilidade até
Barreta. Descemos pela Rota do Sol e às 14h30min chegamos ao posto em frente ao
Frasqueirão. Despedimo-nos e seguimos cansados e felizes para os nossos
destinos.
Valeu
Rapaduras. Que venha a próxima viagem!!!
CUSTOS
DA VIAGEM:
- Transporte
Natal-Cabedelo:.................................................................................R$
40,00
-
Hospedagem em
Cabedelo-PB.........................................................R$ 25,00 a R$
40,00
-
Café da manhã em
Cabedelo-PB.........................................................................R$ 7,00
-
Balsa
Cabedelo-Lucena.......................................................................................R$ 2,00
-
Barco Barra de Mamanguape..............................................................................R$ 10,00
-
Balsa Barra de
Camaratuba.................................................................................R$ 2,00
-
Hospedagem em Sagi (jantar do sábado e café do
domingo)..............................R$
50,00
-
Balsa de Barra de
Cunhaú....................................................................................R$ 2,50
-
Balsa de
Simbaúma..............................................................................................R$ 1,00
-
Balsa de Tibau do
Sul...........................................................................................R$ 3,00
-
Carro de
apoio.......................................................................................................R$
20,00
TOTAL..........................................................................R$
162,50 a R$ 179,50
CONTATOS:
-
Traslado Natal-João Pessoa: Wagner Marcelino –
Tel.: (84)8806-6973;
-
Pousada Belo Mar, Praia de Formosa, Cabedelo-PB,
Srª Ana Júlia – Tel: (83)3228-2084, www.pbelomar.com.br –
e-mail: faleconosco@pbelomar.com.br;
-
Pousada Balanço do Mar, Praia de Formosa,
Cabedelo-PB, André Zorzato – Tel (83)3228-2005 – www.balancodomarpousada.com.br –
e-mail: balancodomar@gmail.com;
-
Joelson dos Barcos – Barra de Mamanguape – Tel:
(83)9905-7404;
-
Grupo de Cicloturismo Rapadura Biker – Tel: (84)
9982-8905 (Benilton) – e-mail: rapadurabiker@gmail.com.
RESENHAS
DA 4ª VIAGEM JAMPA-NATAL:
Quem não vem é motivo de assunto!!!
No
traslado entre Natal e João Pessoa/Cabedelo a resenha foi grande dentro do
carro. Imagine 15 ciclistas (incluso Wagner) passando quase três horas sentados
dentro do carro, com a adrenalina altíssima e cheios de expectativas com os
dois dias que virão. O primeiro a ser citado foi Hiram Coala, agora
membro da realeza por ter sido empossado o primeiro monarca do “Reino da
Calcinha Preta”. O homem faz aquele pedal pela manhã, tarde e noite. De acordo
com uma testemunha ocular a coisa chegou a tal ponto que Hiram Coala ao chegar à
Calcinha Preta já vai logo dizendo: “Hoje vou lhe usar!!!”. Seguindo a ordem do
falatório quem também foi mencionada foi Vandelícia, cuja ausência foi
deveras sentida no pedal. Sobre ela foram feitos vários relatos, quase todos
versando sobre a constante alegria da ciclista, bem como a sua capacidade de
aglutinar os diversos grupos de ciclistas, passando por todos eles sem nenhum
problema. Falou-se também de Bené e mais uma vez Eduardo Campos garantiu
que a bicicleta dele foi vendida a uma cabra de Currais Novos. Disseram também
que Bené inventou um problema de cãibras para não pedalar mais, entretanto, a
verdade mais verdadeira é que vendeu a bicicleta por R$ 350,00 pra comprar uma
sapatilha de balé e fazer matrícula no Studio Corpo de Baile, tendo aulas todas
3ª e 5ª. O próximo a entrar na berlinda foi Naldo Bananeiras. Mais uma
vez falaram dos seus modelitos e da sua capacidade de arrumar os eggs dentro da
bermuda de ciclista. Uma testemunha afirmou que Naldo acorda três horas antes
do pedal somente para arrumar os troços dentro da bermuda coladinha, garantindo
assim um modelito perfeito, no melhor estilo geladeira de pobre, ou seja, “só
tem ovo”. A conversa continuou e quem já
ficou preocupado foi Wagner Marcelino, tendo ele afirmado que na próxima
viagem tava pensando em mandar um motorista para substituí-lo, mas com medo de
ser notícia vai preferir vir dirigindo.
O Pinto: na frente ou atrás?
Durante
a viagem contamos com dois carros de apoio, sendo um deles dirigido por
Alexandre, esposo de Helena, chamado carinhosamente de “Pinto”. No percurso
surgiu uma dúvida acerca do posicionamento do carro do Pinto no comboio, se ia
antes ou depois do pelotão de ciclistas. Em determinado ponto o Pinto parou ao
meu lado e perguntou: “Comandante afinal de contas você prefere o Pinto na
frente ou atrás”. Mais do que imediatamente eu respondi que de pinto eu só
entendo do meu.
Estratégia “flatulante” na hora de pagar a conta:
No
momento de acertar a conta da hospedagem em Sagi estávamos (Cláudia Celi, eu,
Paulo, Helena e Alexandre Pinto) sentados conferindo valores. Na hora que Paulo
anunciou a conta de Helena e do Pinto este soltou uma bufa daquela que embaça
até as lentes dos óculos. O flato foi tão violento que Paulo errou a conta e
quase que dispensava a despesa do Pinto sobre o compromisso de não soltar outro
daquele.
Saudades de Naninha!!!
O
estreante Fábio Vale saiu de casa com o coração na mão, morrendo de saudade de
sua querida Ana Clara. O homem somente falava na mulher. Tudo que via no
caminho ele já tratava de pegar o telefone e ligar: “Naninha meu amor, acabei
de ver um coqueiral tão lindo e lembrei-me de você”. Mais adiante passou um
caminhão e levantou o maior poeirão. Nova ligação: “Naninha meu amor, a poeira
entrou na minha venta e lembrei-me de você”. Na hora de subir no barco em Barra
de Mamanguape o homem deu um grito: “Para tudo, para tudo, vou tirar uma foto e
mandar pra Naninha”, pois não é que o nome do barco é ANA.
Ciclista preparado para guerra química e
bacteriológica:
Quem
acha que já viu de tudo no ciclomundo tem que pedalar com os Rapaduras para
encontrar novidade. No meio do caminho, precisamente no trecho entre Pacaré e
praia de Campina, nos deparamos com um ciclista preparado para uma guerra
química e bacteriológica. O homem estava envolto em uma capa transparente, que
segundo alguns mais parecia um dindin de coco queimado. Na face trazia uma
máscara daquelas utilizadas em filmes de ficção científica. Quem duvidar é só
conferir na foto.
Amaciante de Selim:
No
trajeto foi criada uma nova profissão para tirar do desemprego grande parte da
população brasileira. Trata-se do amaciador de selim. O negócio funciona assim:
o cara compra uma bicicleta muito boa, mas com o selim duro feito uma rocha.
Ele então estimula os colegas ciclistas a pedalar com sua bicicleta para deixar o selim macio. Depois de analisar o caso friamente encontramos duas
alternativas para acelerar o processo de amaciamento: a primeira seria
emprestar a bicicleta ao Rei da Calcinha Preta, pois em dois dias ele deixava a
“sela” mais mole que geléia. A segunda seria pedir ao Pinto que soltasse uma
sola em cima do selim, pois a danada ou amaciava de vez o desonerava.
Habemus Papas e Papisas!!!
Nunca
os solos paraibanos e potiguares foram tão beijados. Foram muitos tombos e
todos sem nenhuma consequência mais grave. Contabilizei queda de Suzy, Neto
Palhares, Cláudia Celi, Jadson (três vezes), dentre outros. A queda mais
espetaculosa e que não testemunhei, mas ouvi relato de testemunha fidedigna,
foi do nosso colega Eduardo Campos. O homem traçou um verdadeiro estratagema
para tomar o lugar de Papa, antes ocupado por Neto Palhares. Soube que ele fez
um conluio com Rochinha e aproveitaram uma oportunidade em que estavam sozinhos
na retaguarda para realizarem uma experiência, que por muito pouco não se
tornou numa tentativa de suicídio com ajuda de outrem. Os dois elementos
mencionados fizeram uso de uma corda de agave adquirida em Baia da Traição e
resolveram amarrar a bicicleta do primeiro, no carro guiado pelo segundo. O
resultado foi um baque daqueles que o cabra fica com areia até na veia bostal.
Eduardo Campos ficou parecendo um ciclista à parmegiana. Recebi uma mensagem
ainda agorinha dizendo que foi preciso tomar banho no lava-jato pra retirar a
areia impregnada no cabelo.
Couro na Minhoca:
Assim
como eu Serginho estava tendo o prazer de ter sua esposa pedalando ao seu lado
nessa que é uma das viagens mais arretadas que o nosso grupo promove. Antes da
viagem Serginho conversou comigo revelando sua preocupação com Suzy, achando
ele que ela não iria agüentar fazer todo o percurso. Ah, ledo engano! Serginho
teve que suar muito pra acompanhar Suzy. A mulher disparou de um jeito que teve
uma hora que Serginho somente via ao longe o azul da camisa de Suzy. E tome
couro na minhoca.
O ressurgimento do “Véi do Rio”:
A
primeira aparição do “Véi do Rio” foi no ano de 2009 e o local foi entre o Rio
Guaju e Barra de Cunhaú. Desde aquela época não se ouviu falar dele, porém, com
o fenômeno da lua azul ocorrido no último final do semana o “Véi do Rio” foi
novamente avistado e desta feita foi feito um registro fotográfico de sua
existência, materializando assim uma lenda. Percebeu-se a presença do ser elemental
em uma lagoa entre Camaratuba e Sagi. O homem deixou crescer os cabelos e ficou
muito parecido com o pai de Nina da novela das nove. De acordo com alguns
estudiosos no assunto a figura fotografada não é o “Véi do Rio”, mas na verdade
é um parente distante conhecido pelo epíteto de “Véi do Ninhal”.
Forma eficaz de fazer seu Kuka voltar a pedalar:
Em determinado trecho seu Kuka deu uma “atolada” e
resolveu atuar como assistente do Pinto no carro de apoio. Ocorre que Helena também
resolveu entrar no carro, pois queria relaxar um pouco. Não demorou cinco
minutos e seu Kuka desistiu do carro de apoio, argumentando: “Não, Helena fala
demais, prefiro ir pedalando até Fortaleza. Aguenta Pinto!!!”.
Ciclista monitorado por satélite:
Mal chegamos à pousada em Cabedelo o proprietário já
veio ao nosso encontro procurando por determinado ciclista. Após identificá-lo
passou-lhe às mãos um recado, que depois soubemos foi encaminhado pela
namorada. No outro dia ao chegarmos ao Santuário da Guia surgiu de repente um
monge e mais uma vez procurou o dito ciclista, identificando-o e passando-lhe
um novo bilhete, também oriundo da mulher amada. Seguimos o trajeto e ao
entrarmos na nação Potiguara fomos surpreendidos por um Pajé trazendo dentro de
uma cumbuca um pequeno bilhete, novamente endereçado ao nosso já conhecido
ciclista. Mais uma vez tratava-se de um bilhete da apaixonada namorada do
ciclista. Isso sim é que é sistema de monitoramento.
Tracklogs:
Para quem desejar fazer a viagem estou disponibilizando os tracklogs tanto no formato GDB (Garmin) quanto KMZ (Google Earth). Para receber bastar enviar um e-mail para rapadurabiker@gmail.com
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Um comentário:
Muito bom... fazia tempo que não dava tantas gargalhas. Parabéns, Benilton, pelo relato.
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