25/02/2013

Trilhas no Agreste - Parte I: Monte Alegre e São José de Mipibu.

Tem uma conversa popular que diz:  "rapadura é dura, mas é feita com açúcar e derrete na água e ao sol".
Pelo jeito quem inventou essa conversa não conhece o pessoal do Rapadura Biker, pois comprovamos no último sábado justamente o contrário, enfrentando água bem acima das canelas e sol suficiente para esquentar o toitiço e derreter a moleira.
Saímos da bifurcação entre as rodovias RN 315 e 316 por volta das 06h20min, estando o grupo composto por vinte e sete ciclistas, sendo alguns já com tempo de serviço suficiente para aposentadoria e outros iniciando o estágio probatório. Além dos ciclistas contamos com a presença de Ivo PVC em sua intrépida motocicleta, fotografando durante a trilha.
Para aquecer seguimos pelo asfalto na direção do Arenã e o tempo estava incrivelmente agradável, totalmente diferente da temperatura em Riachuelo. Assim que chegamos ao "Forró do Touro" deixamos a estrada de piche e seguimos pela esquerda, iniciando uma descida por estrada de terra, passando no frontal da Fazenda Nossa Senhora Aparecida e descendo para encarar a primeira travessia do Rio Trairi. O nível estava muito baixo e permitiu uma travessia tranquila. Lembrei de imediato que em outros anos ao chegar naquele ponto juntamente com Carlos Florânia tivemos que abrir o caminho na "marra" para alcançar a RN 316, pouco antes da ponte.
Chegamos em Monte Alegre e paramos na Lagoa do Quirambu para reagrupar. Em seguida fomos tomar água de coco, comer umas carambolas e chupar as mangas recolhidas por seu Antônio, caseiro da  granja de Júnior Verona, que levou falta hoje para cantar os parabéns da netinha. Sem medo de errar contei aproximadamente umas 850 carambolas, umas 750 mangas e uma caçamba de coco. Para nossa sorte o Exército Brasileiro tinha enviado o Sargento Josias, recém chegado de um curso de descascamento de cocos feito na Polinésia. A habilidade do infante é tamanha que ele aplicava apenas um golpe em cada coco e o bicho já vinha servido gelado, com canudinho e a polpa cortada à francesa. Continuando desse jeito o sargento logo chega a "majó". 
Aproveitamos o ensejo do local e relembramos da festa de São João dos Rapaduras ali realizada, com certeza uma das melhores que já fizemos. Quando dei por mim Claudia Celi (PHD em serviço de Alcoviteira pela Universidade de Burkina Faso) já tinha arrastado Abeane (conhecido no submundo pelo vulgo de Flavinho) e Juliana Cantero para o frontispício da capelinha, fazendo com que fossem abençoados pelo Bispo Raimundão Bezerra, provável sucessor de Bento XVI. O negócio parecia brincadeira, mas é muito sério, muito embora a figa que Abeane manteve durante toda a cerimônia.
Deixamos a cidade e fomos na direção do Sítio Santa Luzia e de Caeira. No caminho encontramos uma fazenda com uma placa bastante interessante. Fiz questão de tirar uma foto para entregar ao síndico do meu condomínio.
Alcançamos então a RN 317, passamos por Manimbu e logo deixamos novamente o asfalto para acessar a trilha entre canaviais que nos levaria ao Engenho Olho D´água. Nesse ponto tivemos duas surpresas: a porteira foi substituída por uma cerca e um canal foi escavado para impedir a passagem de automóveis e motocicletas. Analisamos a situação e resolvemos encarar o desafio da travessia, o que foi uma medida acertada, pois a água não chegou aos nossos umbigos (exceto no caso de Marquinhos, pois passou com água no pescoço) e a trilha pelos canaviais estava excelente.
Por volta de 09h00min entramos no Engenho Olho D´água e ali tivemos a oportunidade de conhecer e fotografar o lugar. Rumamos em direção ao centro de São José de Mipibu e a feira ainda estava a todo vapor. A grande maioria do grupo foi lanchar no Marrom Glacê (lanchonete que fica em frente ao prédio da Câmara Municipal), ao passo que outros preferiram comer um bode com macaxeira em um bar nas proximidades.
Depois de abastecidos deixamos a cidade por sua principal avenida, passamos ao lado do cemitério e seguimos pela Rua do Padre, enfrentando aproximadamente 8 Km de estrada de barro até o nosso destino.
Quando tudo indicava o fim do pedal eis que surge um convite de Raira Leite e Emanoel para tomarmos um banho de piscina na granja de familiares ali perto. A grande maioria do grupo assentiu e foi uma ótima opção, pois além do maravilhoso banho ainda tivemos um carregamento de cocos devidamente descascados por seu Zuca, o caseiro do lugar.
Achava eu que tinha terminado tudo e agora realmente tomaria o rumo de casa. Ah, ledo engano: o tal do Emanoel Leite já tinha um plano em mente e tratamos imediatamente de executá-lo. Fomos até o Bar do Suvaco, em Nova Parnamirim, ficando ali até o final da tarde.
Foi mais uma trilha para entrar no calendário do Rapadura Biker, sendo excelente para quem está iniciando. Seguem algumas fotos para provar que nada do que foi dito aqui é mentira, servindo também para deixar com água na boca aos que perderam o pedal.
O trajeto.
Altimetria.
Parte do grupo na concentração.


Sargento Josias em ação.
Compromisso selado pelo Bispo: detalhe na mão direita do noivo.
Claro e objetivo.
Marquinhos na travessia.



A expressão de Eduardo resume o que foi nosso pedal.
Raimundão pensando em mudar o andamento da bike.



Olho D´água.

Escolhendo a perua para o café da manhã.



2 comentários:

JOSIAS PAULO DE MEDEIROS disse...

Ao me lembrar daquele curso de decascamento de coco que fiz a polinesia, me deixa muito emocionado, dar vontade de chorar, pois esse curso, me dar a oportunidade, de ser um poficional de alto nivel na area de decascamento de coco. Aquele facao foi do meu tatatatatatarararaavó, e era usado com muita eficiencia, na tiragem de remela do soi dos seus 45 mimino, tambem tirava a cera dos zuvido e caraca dos orificio que fica debaixo do pau-da-venta.

erimar dantas disse...

esse sargento é de estabilidade norte americana, depois que ele chegou da polinesia e apos ter ingressado no R.B. o omi ta virado no traque