2º
Dia (03/01/14): Touros-Caiçara do Norte (85.1 Km).
Dormir é muito
bom. Acordar é melhor ainda.
Os primeiros 5 Km
ainda foram impactantes. Praticamente não dormimos, mas de algum
modo conseguimos aprimorar o nosso “desgosto” musical. Se antes
eu tinha ojeriza por som de paredão, agora passei a ter ódio.
Para esquecer
utilizei uma técnica ensinada por Pranxú em seu último curso
virtual – “como resistir a algo muito ruim” - A técnica é
muito simples, porém exige um nível de disciplina muito intenso. O
primeiro passo é imaginar dor de câimbra abaixo dos testículos (é
claro que a regra somente se aplica aos seres humanos do sexo
masculino). A segunda dica é imaginar que algo pior do que aquilo
pode lhe aguardar mais adiante. A terceira dica e não menos
interessante é tomar um Rivotril + Diazepan + 3 doses de 51 e 01
limão: se você não pegar no sono é porque morreu.
Despedimo-nos
de Gracinha e singramos o arruamento de Touros. Ao nosso lado a maré
mostrava sua força. O vento favorável nos empurrou até Cajueiro e
depois da curva percebemos rapidamente a presença de São José do
Gostoso. Sem combinar nada paramos na Urca do Tubarão e ali fomos
recepcionados pelos proprietários, com direito a uma visitação e
explicação sobre o funcionamento do lugar. Para quem não conhece,
fica a recomendação (Tel. 3693-2090
E-mail: urcadotubarao@yahoo.com.br)
E-mail: urcadotubarao@yahoo.com.br)
Continuamos
no asfalto e logo chegamos na famosa São Miguel do Gostoso, também
conhecida como São Miguel do Gastoso. A maré continuava intensa e
seguimos pelo estradão até a Praia das Tartarugas, com muitas
“costelinhas” e poeira fina no rosto. No caminho passamos por um
grupo de ciclistas/turistas. Saudações e troca de informações e
segue o passeio.
Abastecemos no
carro de apoio e seguimos pela beira da praia, percorrendo longo
trecho de praias desertas e com muitas pedras. O mais incrível de
pedalar junto ao mar é que mesmo com o sol forte sempre podemos
contar com uma brisa fresca e os respingos das ondas quando quebram
na praia. Nesse momento o som do paredão que ainda estava alojado em
algum lugar do juízo foi finalmente exorcizado. Passamos por Morro
dos Martins e logo depois avistamos concentração de banhistas,
sinal de que chegamos a Praia do Marco. Por volta das 11h30min
chegamos em Exú Queimado e novamente fomos acolhidos pelo carro de
apoio, estrategicamente posicionado em um barzinho, com direito a
cerveja gelada e um caldinho de peixe. Nesse ponto Diego Borges
resolveu continuar pela beira da praia, ao passo que o restante do
grupo seguiu por estradão até Pedra Grande e ali tivemos uma grata
surpresa, sendo acolhidos por Marcão e Marcondes, oferecendo um
almoço que renovou nossas energias.
Dois registros interessantes: o primeiro foi antes de Pedra Grande quando pessoas da comunidade nos receberam com bastante simpatia, permitindo um banho de mangueira e oferecendo algumas frutas. O segundo foi após Pedra Grande quando paramos na sombra de uma árvore um menino muito solícito tratou de conseguir cadeira para todo mundo.
Quando nos
hospedamos na Pousada Paraíso Florido em 2012 tivemos um problema de
comunicação com o gerente, o argentino Gustavo. Desta feita fomos
preparados e levamos um especialista em línguas, principalmente se
for na forma de espetinho. Refiro-me ao Cabo Dantas, também
conhecido no submundo da caserna como Cabo Véi ou Fastioso. O homem
é um verdadeiro “troglodita”, sendo fluente em iídiche,
aramaico, russo e latim, mas seu forte mesmo é o castelhano, tendo
dado uma prova do domínio da língua ao solicitar ao gerente da
pousada um acessório que possibilitasse dar descarga no vaso
sanitário: “hermanito Francesco, arruma um baldito pois vou dar
uma obradita”.
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