EXPEDIÇÃO
LITORAL NORTE – 3º DIA – CAIÇARA DO NORTE-DIOGO LOPES – 51,4
Km
A dormida foi
muita boa e como tínhamos que aguardar a maré baixar acordamos um
pouco mais tarde. Tomamos o café no alpendre da pousada, fizemos
todos os ajustes necessários, abastecemos bem as garrafas, pois o
carro de apoio somente nos encontraria em Guamaré-RN. Por volta das
09h30min deixamos Caiçara e seguimos pela beira da praia no rumo de
Galinhos.
Logo na saída foi
dado o primeiro grito de carnaval. Explico: Cláudia Celi, discípula
de Doutor Othon no quesito tirar muito retrato e guardar em HD
secreto, achou de esquecer o celular e queria voltar 1 Km, contra o
vento. Diante da teima dela, foi entoado o primeiro grito de carnaval
fora de época: “NÃO VOLTA!!!!”. Diz a lenda que o grito foi
ouvido lá em Galinhos.
Por falar em
esquecer as coisas acho que tivemos uma evolução esse ano, pois em
2012 esquecemos no mesmo lugar a bicicleta de Jadson, sendo
necessário fretar um carro para transportá-la até Galinhos.
Para quem conhece
o trecho sabe que em alguns pontos a areia é muito frouxa, sem falar
nas pontas de pedras existentes. Foi necessário secar bem os pneus e
prestar bastante atenção. Registrei duas quedas: a primeira foi a
minha, perdendo o equilíbrio ao tentar apanhar o GPS que soltou da
base. Não tive nenhum arranhão ou contusão. A segunda foi de
Marcão, tendo sido registrada em vídeo por Diego Lopes que vinha
logo atrás. Fico devendo as imagens, mas em breve postarei. O homem
caiu sentado, de pernas e braços abertos, tornando-se o primeiro
Papa paulista a beijar o solo sagrado do litoral Potiguar. Machucou o
joelho, sendo necessário usar um tensor para continuar pedalando.
São quase 30 Km
até Galinhos e não existe nenhuma casa no caminho. Quando muito
encontramos uma barraca de pescador ou a sombra de um barco ancorado,
servindo de refúgio do forte sol.
Alcançamos a
praia de Galos e dali já é possível ver Galinhos, cuja
tranquilidade já não é mais a mesma. As pousadas todas lotadas e a
piscina natural que se forma com a maré cheia estava altamente
poluída, com vários sacos e objetos plásticos. Confesso que fiquei
triste, lembrando do tempo em que Galinhos não passava de uma vila
de pescadores.
Encostamos em um
barzinho para aguardar Raira Leite encarregada de fazer o contato com
o barco. Não demorou muito e ela chegou com a confirmação. Foi
somente o tempo de pagar a conta e seguir para o porto, pois o barco
já estava nos aguardando.
Adentramos o barco
e fizemos um trabalho conjunto para acomodar todas as bicicletas. A
travessia de aproximadamente 5 Km demorou aproximadamente meia hora.
Para quem tem interesse o valor por pessoa com bicicleta foi R$ 10,00
e a travessia foi supertranquila, com um barco seguro e abastecido de
coletes salva-vidas.
Fomos nos
aproximando do porto de Guamaré e pelo radio recebemos a confirmação
do Pinto acerca do almoço. Foi só descer do barco e entrar direto
no restaurante self-service, com comida muito boa e preço justo.
Restava agora o
trecho até Diogo Lopes e as notícias não foram muito
alvissareiras. Alguns motoqueiros que estavam no restaurante
informaram que a estrada não estava muito boa e que na ausência de
chuvas o caminho era apagado pelo vento. Fiquei tranquilo, pois tinha
o trajeto marcado no GPS.
Por volta das
14h30min deixamos Guamaré e em pouco tempo pegamos o caminho da
praia do Minhoto. Mais uma vez enfrentamos os ventos mais fortes da
viagem. Em determinado momento quase que Josias levantava voo,
somente não acontecendo porque estava clipado e o peso da bicicleta
manteve ele no chão.
Chegamos bem
próximo da Eólica e com isso tivemos que abandonar o estradão e
seguir pela trilha. No início tudo foi bem, pois a trilha ainda era
visível. Aos poucos o caminho foi desaparecendo e a única coisa que
tínhamos de um lado e do outro era areia e jumentos. Nesse trecho
todo mundo desceu das bicicletas e empurrou um pouquinho, consumindo
rapidamente a energia obtida com o almoço.
Quando o desânimo
já começava a aparecer eis que a trilha ressurgiu, permitindo uma
pedalada tranquila até a porta da pousada em Diogo Lopes, onde já
nos aguardava o carro de apoio e acompanhantes.
Mais uma vez fomos
muito bem recebidos por Élio, proprietário da pousada, nos deixando
bastante à vontade. Relaxamos e assistimos um lindo por do sol.
A noite chegou e
uma parte do grupo saiu para conhecer o lugar. Optei
por fazer uma sessão de hidratação na própria pousada, tendo em
conta ter encontrado um freezer cheio de cerveja com uma placa
dizendo: “especialização”. Como sou um bom aluno, fui tratar de
fazer o dever de casa.
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