22/01/2015

BICICLETAS, CASTELOS E DINOSSAUROS: 3º DIA.

3º DIA: CASTELO DE ENGADY (CAICÓ-RN) - 70 Km.

Trajeto do terceiro dia.


Depois de um dia intenso e com a impossibilidade de visitação ao Castelo de Bivar no dia marcado, pois chegamos somente no período noturno, agendamos a visita para a manhã do terceiro dia, logo após o término do café da manhã.
Deixamos a Pousada em Carnauba dos Dantas e seguimos de bicicletas até o Castelo de Bivar, localizado cerca de 2,5 Km na saída para Picuí-PB. Lá chegando fomos recepcionados por Adalberto, que gentilmente abriu as portas do lugar e nos deixou bastante à vontade para fotos e reconhecimento.
O Castelo está em obras e soubemos que o proprietário pretende morar no lugar. A cama utilizada por Marcos Palmeira e Flávia Alessandra na célebre cena do filme "O homem que desafiou o diabo", em que a Mãe de Pantanha é "atingida" por um pênis de rapadura ladinamente esculpido por Ojuara, está desmontada e encostada em um dos cômodos, mas continua imponente com seu tecido encarnado. Uma novidade é uma banheira em forma de coração, que foi invadida por nós para um "retrato".
Rapaduras no Castelo de Bivar com nosso guia Adalberto,

Na banheira.

Deixando o Castelo.

A localização do Castelo é muito boa, permitindo uma visão do Monte do Galo, da cidade e de toda região no entorno. No meu caso e de Cláudia Celi foi a segunda visita, mas continuou sendo muito proveitosa.
Olhamos para o relógio e percebemos que já se aproximava das 09h00min. Resolvemos encarar a estrada, pois apesar de apenas 70 Km de asfalto, tínhamos a consciência do trecho inóspito entre Jardim do Seridó e Caicó, sem qualquer ponto de apoio ou sequer sombra. Estávamos também ressabiados com as altas temperaturas dos dias anteriores.
Assim que entramos em Carnauba dos Dantas Cláudia Celi parou em uma loja para apreciar uma loja de arte em pedras e, para nossa surpresa, fomos abordados por um rapaz (Luquinha), parente da proprietária do estabelecimento, que também é ciclista e já era sabedor da nossa passagem pela cidade, oferecendo seus préstimos. Pena que estávamos com pressa, mas ficamos felizes com a acolhida. Fizemos o devido registro fotográfico e tomamos rumo.
Com Luquinha, ciclista de Carnauba dos Dantas.

Pedalamos alguns metros e eis que ouvimos um barulho de queda. Foi tudo muito rápido e o nosso colega Neto Palhares foi ao chão. Surgiram duas versões para seu baque: a primeira diz que ele olhava para o Monte do Galo e se deixou levar pela energia do lugar, esquecendo de olhar adiante; a segunda, mais controvertida, diz que ele olhava para uma pombinha pousada no braço de uma cadeira na calçada de uma casa. O fato é que o motivo da queda não interessa, mas novamente podemos dizer "Habemus Papam Netus".
Passado o beijo em solo sagrado Carnaubense, saímos da cidade e não demorou chegamos em um posto de combustíveis já na Serra da Rajada e ali fizemos o devido abastecimento de água.
Chegamos em Jardim do Seridó e fomos direto para um mercadinho/lanchonete nas imediações da Rodoviária. Ali tomamos água de côco, refrigerante, suco e comemos uma raspa de queijo de manteiga, para contrabalancear.
No "pingo da meio dia" estávamos novamente na estrada e o Seridó desertificado mostrou sua cara com força. O bafo era tão quente que o "cuspo" sequer chegava ao chão. A vegetação de um lado e do outro extremamente seca. Nenhuma sombra, nem de jumento. Mais adiante alguém modulou no rádio a existência de uma sombra, que era na verdade as ruínas de uma parada de ônibus em forma de jerimun. O local em risco de queda, mas não tínhamos outra opção a não ser permanecer ali espremidos, aguardando a temperatura corporal amenizar.
Quanto mais nos aproximávamos de Caicó, mais quente ficava e finalmente começamos a avistar os primeiros prédios e, um pouco mais adiante o Itans, seco de dar pena.
Já passava das 14h00min e fomos direto para o Restaurante Ponto Certo, sabedores do ar-condicionado existente no local e da excelente comida ali servida. A escolha foi perfeita, de modo que ficamos lá e somente saímos na vassoura. Registro a simpatia do casal proprietário, inclusive concedendo um desconto especial para os cicloturistas.
Com Claudio e esposa, proprietários do Ponto Certo.

Já passava das 15h00min quando adentramos na residência de Uilamy, local de pouso da noite. O alpendre da casa tornou-se nosso quartel general e ali ficamos resenhando sobre os acontecimentos do dia e planejando nossos próximos passo. Resolvemos então visitar o Castelo de Engady de mototáxi e assim fizemos, saindo no final da tarde com destino ao local.
Até então nossas visitações aos Castelos foram todas positivas, mas o Castelo de Engady revelou-se como uma exceção. O lugar encontra-se abandonado, vandalizado e passando por um processo gradativo de destruição. A área é enorme, os muros estão derrubados e percebe-se claramente que ali não ficará pedra sobre pedra. O mais triste de tudo é que de acordo com um vídeo existente na internet (https://www.youtube.com/watch?v=AiPloWj5rtA) a coisa é mais séria do que parece, pois o Castelo teria sido vendido por um padre ao Governo do Estado do Rio Grande, tornando-se, portanto, patrimônio público dilapidado. Não consegui sequer passar muito tempo no lugar, senti-me mal e chamei os colegas para sair dalí. Para meu alento descobri que existe uma Ação Civil Pública em andamento (http://blog.tribunadonorte.com.br/panoramapolitico/105797) e vou me empenhar em levar o tema ao novo Presidente da Fundação José Augusto.
Sem comentários.

Sem comentários II.

Sem comentários III.

Depois da tristeza do Castelo fomos acalmar um pouco na Sorveteria do Zezão e quando a noite chegou tivemos oportunidade de degustar a deliciosa culinária seridoense, sempre guiados por Uila.
O alpendre da casa foi o local preferido para dormida e os únicos barulhos ouvidos no repouso noturno eram dos galhos da laranjeira no telhado e alguns flatos com odores de ameixa, manga e leite.

INFORMAÇÕES ÚTEIS:

- Nossa visita ao Castelo de Bivar foi devida a interveniência de Sebastião da Terral e sua irmã Régia;
- Em Caicó não deixe de visitar o Restaurante Ponto Certo, a Sorveteria do Zezão e tomar café da manhã em Sassá e Santana (Sassá Mutema).



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