Caros Rapaduras:
Dia 10 de março de 2016.
A Vila de La Angustura vai deixar saudades, mas para o amigo Paulo Cabral o lugar tem um significado mais especial ainda. Foi em uma das tiendas do comércio local que ele conseguiu completar um processo de busca interior, encontrando ali aquela que viria a ser sua marca registrada durante o restante da viagem: uma bermuda cor de romã, pela qual pagou cerca de 800 pesos argentinos, ficando assim conhecida como a "bermuda de la gastura".
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"La Gastura" |
Amanhecemos dispostos e sabedores que teríamos pela frente cerca de 90 Km até San Carlos de Bariloche. A estratégia da organização foi moderar a velocidade do guia, não permitindo que ninguém o ultrapasse, formando assim um bloco mais compacto. Deu certo e esse foi o dia de melhor rendimento e maior coalisão. Fizemos paradas para hidratação e lanche a cada 20 Km, oportunizando sempre um pouco de descanso e relaxamento.
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Grupo mais coeso. |
O trecho do dia teve uma maior movimentação de carros na estrada, entretanto, contamos com a imprescindível atitude de Márcio Leite, estrategicamente posicionado no pelotão de vanguarda, fazendo uso do seu retrovisor feito com o mesmo material utilizado no telescópio espacial Hubble. O troço tem estabilidade norte-americana, permitindo ao seu usuário detectar a 3 Km de distância a cor, a marca, o ano, o número do chassi e a placa do carro que se aproximava, bem como quantas pessoas vinham dentro do carro e o número do passaporte do motorista. Para quem vinha pedalando atrás como eu bastava olhar pra frente e verificar o braço esquerdo de Márcio e fazer a leitura. Foi batata, ou melhor, foi papa.
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E segue o passeio. |
Após 40 Km de pedal paramos na estrada ao lado de um dos inúmeros lagos da Reserva Mapuche, ali o Frajola e equipe de apoio já estava preparando o almoço. Aproveitamos para mais um banho estupidamente gelado e uma sessão de alongamentos, oportunidade em que registramos as elasticidades de algumas colegas.
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Preparativos do almoço. |
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O incansável Samuel. |
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Reserva Mapuche. |
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Flexibilidade. |
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Sereia Patagônica. |
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Relaxando. |
Nesse lago aconteceu algo interessante. Subi antes do grupo e quando estava calçando o tênis encostou um carro perto de mim e desceu um argentino perguntando se a água estava muito fria. Respondi a ele que estava uma delícia, pois tinha tomado banho somente de cueca (aquela do leilão). O hermano não contou conversa, convenceu a mulher dentro do carro e fez carreira para o lago. Não demorou três minutos e voltou resmungando juntamente com a hermana, ao passo que eu somente observava escondido atrás do ônibus.
Depois do almoço tivemos uma rápida sessão de alongamentos, ensaiamos uma musiquinha para nossa chegada em Bariloche e seguimos viagem. Pedalamos mais uns 20 Km e começamos a perceber uma mudança na paisagem, já assumindo tons desérticos.
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Paisagem mudando. |
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Paradinha técnica. |
Entramos na cidade por volta das 19h00min e o trânsito estava intenso. Pedalamos um pouco em uma ciclovia, mas logo estávamos novamente entre os carros. Seguimos direto para o Centro Cívico e lá nos misturamos com outras pessoas que estavam esperando o por do sol e curtindo uma música produzida por artistas de rua. Fizemos nosso círculo, cantamos "chegamos em Barilô, Barilô", dançamos na praça e seguimos até o hostel.
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Chegamos em Barilô. |
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Mais uma pra lista. |
Alojados novamente, no nosso caso mais vez no Carandiru, nos preparamos para um jantar típico patagônico. Na hora marcada seguimos até o restaurante previamente reservado e o resto da noite foi para tomar vinho e comer bem.
Pedalamos hoje aproximadamente 90 Km.
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Jantar típico. |
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Trajeto.
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